quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Primeira noite na nova cidade

   Cheguei!! Na primeira ligação filha perguntou..e aí? Como é aí? Pensei que se ela reclama de onde está não vai gostar da notícia. Não tem quase nada na cidade e nada em um raio de cerca de 500 Km. Dizem que tem algo na Bolívia, mas como lá qualquer carro roubado no Brasil pode ser legalizado, imagine roubado lá. Um amigo me recebeu e disse que ia todo final de semana no início até perceber que já tinha comprado tudo que precisava e não precisava. E além do risco atual de perder o carro, o lado boliviano as vezes fecha a fronteira e ninguém entra ou sai. Atualmente parece mais seguro fazer compras na Rocinha.
   Não estou reclamando ou lamentando...apenas constatando a realidade que estou vendo...depois a gente sublima. Para começar a sublimação...pelo menos tenho água com gás no frigobar do quarto...rs

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ultima semana no atual local de trabalho

     Na próxima semana serei desligado e na terça sigo para Campo Grande, ficando um dia ali esperando o vôo do dia seguinte. Então sigo para meu destino final na fronteira com a Bolívia. Fico cerca de uma semana assumindo a nova função e volto para realizar mudança e junto com família viajarei para o Rio, para passar festas de final de ano com meus pais (e sogros!!). Começaremos 2012 no Pantanal novamente, a beira do Rio Paraguai. Preparando para partir!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Um abraço vale uma vida

    Semana passada eu deixei um comentário no blog da Dama de Cinzas, sobre pontos fortes e fracos, respondi o seguinte:
Dos pontos fortes e fracos, existe um que parece abafar todos os demais, uma dificuldade de comunicação com filha de 15 anos. A sensação de que não sei o que fazer. O ponto forte é que esta sensação de incapacidade sempre me leva a fazer muitas e solitárias perguntas a Deus.
    No sábado, filha acordou mal humorada, e me irritou com um comentário em nosso "Bom dia!". Passamos tarde no shopping e lá fez outro comentário desagradável, ciumes do irmão. Eu transpareço bem quando algo me desagrada, e se não fosse filha, descartaria a companhia dela naquele dia. Fiquei incomodado com este sentimento de desprazer pela companhia da filha ... até que filha ... direta ... perguntou no final da tarde ..."Que cara é esta?" ... e a resposta foi direta ... "Seus comentários desagradáveis, a começar pelo primeiro do dia.".
    Na livraria passei a vista na capa de um livro que trata sobre como ser tão bom líder em casa como no trabalho. Parecia recado Divino. Logo atrás filha e esposa viram o livro, filha cautelosamente apenas apontou para a mãe e eu como quem não via, fiquei rindo ... o suficiente para filha comentar ... "Ele está rindo, ele viu o livro".
   Nossa relação tem sido uma mescla de hostilidades e carinho faz um tempo. Nossa comunicação é recheada de piadinhas irritantes e provocações, somos iguais nisso. Sou debochado e ela apimenta um pouco o estilo. Na mesma noite daquele dia, tentei uma investida, uma tentativa de conversa que foi interrompida por uma ligação do trabalho, mais um garoto (soldado) que sofreu acidente de moto (não corre risco de morte). Fiquei na sala depois enquanto ela conversava com amiga pelo msn ... a mãe dormindo ... eu e filha somos "da noite". Por volta de 23 horas filha sentou no sofá grande da sala e então deitei no colo dela e começamos a conversar ... foi uma conversa franca ... sem animosidades ... senti como quem encontra a ponta da fita durex. No final da conversa, fomos deitar. Eu já estava cochilando e ela apareceu no quarto e pediu para abrir um espaço para ela deitar. Empurrei a mãe...fiquei no meio, de lado, e ela deitou. Quando ela faz isso sempre deita ao lado da mãe e isso já foi um sinal de que meu ibope subiu. Mas não foi só isso, ela me abraçou por trás ... então me voltei para o teto e coloquei a cabeça dela no meu peito. Ela dormiu assim e aquele abraço valeu toda minha existência. Quando ela firmou no sono, a conduzi para a cama dela.
   Devido doença da esposa, bipolar, estabeleci uma dinâmica estressante na relação com filha, tentando minimizar o estresse da esposa, que desencadeava momentos familiares desagradáveis. Ao mesmo tempo sendo exigente com filha por este motivo, também o fui para torná-la menos suscetível a frustrações, pensando em criar condições de uma personalidade mais forte, medo dela desencadear a bipolaridade que é hereditária. A sensação é de que tantando protegê-la da doença caí em outra armadilha, e tornei as coisas mais difíceis para ela. Isto pode ser bom...mas o receio de ter e errado na mão me rodeia, mas acho que estou reencontrando o caminho novamente, como disse, a ponta do durex. E é nítido que estamos criando nosso filho adotivo com menos exigências, menos estresse, e filha percebe e compara o tempo todo. Mas estamos vivendo outro momento, em que esposa está melhor ... com oscilações de humor não tão desastrosas. E eu também lidando melhor com isso. Além do primeiro filho sempre ser um laboratório de erros e acertos. A despeito de qualquer análise racional, eu precisava daquela abraço.
    

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Mudando para outro Estado

      Estou indo para MS ... fronteira com Bolívia e Paraguai. Vou sumir pois tenho que me desvencilhar de tarefas que me prendem aqui, mais a instalação lá...etc. Estarei vindo olhar...ler outros blogs e se der, algum comentário rápido como este. Até breve!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O momento

     O mais especial a escrever é que o momento está sendo muito bom. No casamento, talvez um dos melhores, o inverso do que estava a cerca de um mês. Foi um daqueles longos períodos ruins com muitos altos e profundos baixos. Tudo melhorou depois que arrisquei tudo em uma única medida ... assumi a direção da situação ao invés de apenas assistir. Arranjei uma confusão com sogros, escrevi o que estava engasgado nestes meus 19 anos de pacificador e mandei por email: "vocês são as pessoas mais desprezíveis que conheço" ... "tiram o pior de mim" ... "separar de sua filha teria como lado bom nunca mais ver a cara de vocês". A consequência que todo mundo precisou se posicionar. Agora esposa não liga mais para a mãe para reclamar de mim quando naquele momento ruim da bipolaridade ... nem sogra também liga para alimentar esta simbiose. Deu certo! Eu já tinha feito algo parecido a muito tempo atrás, não tão radical. Eles foram se infiltrando e passivamente não percebi como afetam a dinâmica em minha casa. Depois de toda a confusão ... um dia atendi um telefonema da sogra por engano. Ela ... "quero falar com minha filha, é possível?" ... O jeito que perguntou quase me fez usar o que sei fazer bem ...debochar...quase ..."Ela agora está amordaçada e amarrada dentro do quarto, mas espere um pouco que estou procurando a chave do quarto, pois deixei trancado" ...  passei para a filha antes disso. Estou adorando esta fase em que estou sendo respeitado.
      Outra coisa boa é que completa um ano este mês que adotamos nosso filho ... melhor ... conseguimos a guarda ... a adoção ainda não foi concluída. Depois com tempo vou escrever as mudanças que percebemos nele neste período.
      Quanto ao trabalho, esta semana devo ser transferido e não sabemos qual será nosso novo destino. São 39 possibilidades, incluindo o meio da selva amazônica à fronteira com o Uruguai. Estou ansioso, mas não preocupado, porque sei que não estou só.
     

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Palavras que não se deve usar com o Pinto

     Depois da experiência do post anterior, fiquei mais atento com as palavras a serem usadas com o Pinto. Fiquei imaginando situações que devem ser evitadas.
      Cumprimentando o Pinto: " Graaande Pinto!"
      Torcendo para o Pinto em uma corrida: "Vai Pinto....vai Pinto...mais rápido!!"
      Brigando com o Pinto dentro de uma sala: "Pinto, pra fora!"
      Usando ditado popular: "Pinto, o que vem de baixo não me atinge"
      Recomendando-o como médico para outra pessoa: "O Pinto é muito bom!"
      Procurando-o na seção de saúde: "Alguém viu o Pinto hoje?"
      Dividindo despesa: "Pinto está duro"
      Pinto doente: "Posso ver o Pinto?"
      Advertindo os servidores (quase se aposentando) para a inspeção médica: "Cuidado com o Pinto"
      Pinto na ordem uinda: "Pinto, apresentar arma!!!!"
      Sem paciência com ele: "Que saco Pinto!"
      Palestra do médico para as servidoras civis: "Se alguém ainda tiver dúvida, o Pinto está disponível"
      Sugerindo visita médica: "Se alguém passar mal, é só passar no Pinto"
      Ele é alto: "Pinto, quando entrar cuidado com a cabeça"
      As possibilidades são grandes de qualquer palavra mal colocada, agora tenho que tomar cuidado com o Pinto na boca. Cerca de um mês atrás ele aposentou um servidor civil que não queria aposentar, mas estava com doença incompatível para permanecer na ativa. Isto gerou uma polêmica que foi para dentro da sala do comandante. A polêmica dividiu três servidoras civis e uma tenente: duas contra e duas a favor do servidor. Elas levaram a discussão para o lado pessoal e eu estava na sala do comandante quando elas começaram a bater boca do lado de fora. O Pinto abriu a porta e contou o que estava acontecendo. Eu disse ao comandante, tem quatro mulheres lá fora brigando por causa do Pinto (o trocadilho foi proposital). Reunimos todos para acabar a polêmica e no meio da conversa uma delas elogiou o tenente Pinto, incluindo entre os elogios que ele era um médico jovem, bonito, que não estava querendo prejudicar. E a partir daí outra confirmou, verdade ele é um  tenente bonito, um bom garoto. A outra completou que realmente que ninguém pode negar que ele é um jovem bonito. Então o comandante baixou a cabeça ... como quem está sem tempo ... querendo objetividade na reunião e disse rindo...ai meu Deus...eu cansado tentando resolver esta questão da aposentadoria do Fulano e ainda tennho que escutar de vocês como acham lindo o Pinto.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Pinto faz parar de fumar

     Aqui na caserna, nos conhecemos pelo nome de guerra. Uma senhora servidora civil está tentando parar de fumar e nosso médico se chama Pinto. Eu entrei na sala dela e não tinha cheiro de cigarro. Espontaneamente disse brincando (com sala cheia): Dona Fulana, a senhora parou de fumar? Deve ser porque o Pinto não sai de cima da senhora heim?... Ela abaixou a cabeça e fez de conta que não escutou e eu fiquei mudo e saí da sala pra rir do lado de fora, o trocadilho não foi proposital...mas ja era tarde.

Mulheres reunidas

     Em uma reunião de mulheres aconteceu o seguinte diálogo entre duas enquanto as demais escutavam atentamente (fato verídico).
Casada 1: A fulana deixou o marido sozinho aqui, para administrar os negócios da família em Resende. Fica mais tempo fora do que aqui.
Casada 2: Pois é ... e ainda deixou uma empregada dentro de casa ... com ele sozinho ... tá pedindo!
Casada 1: Isso que eu ia te dizer ... ela é maluca! E a empregada ainda é do Piauí!!!! Não sabe o risco ...
Casada 2: Opa!!! Eu sou do Piauí !!!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Lealdade versus Confiança

     A cerca de seis meses meu comandante ligou (eu estava realizando curso no Rio) me cobrando esclarecimento sobre procedimento que estava sendo adotado no recebimento de pagamento de fornecedor. Antes de viajar eu havia modificado o processo de recebimento e pagamento, depois de polêmico problema ocorrido. Meu comandante, também amigo, foi bem objetivo, isento e poderia dizer, desconfiado. Fiquei inicialmente embaraçado, depois me senti auditado, respondi com segurança e sempre resolvo assuntos delicados com testemunhas (e eu tinha cerca de seis que confirmaram tudo que havia sido dito por mim no telefone). Naquela ocasião, as duas pessoas que deveriam ter implementado as ordens deixadas, uma entrou em licença médica dois dias depois, o outro entrou em férias, e ambos não repassram a ninguém, e ao retornarem de seus afastamentos assumiram outras funções. Ou seja, o problema inicialmente descoberto, continuou ocorrendo dando a impressão de o fornecedor estava sendo beneficiado, apesar do assunto ter sido levado ao meu conhecimento. Durante uma semana eu não fiquei bem, sofrer desconfiança quanto ao trato com a coisa pública foi péssimo. Inclusive porque é algo que me causa indignidade e respostas enérgicas, funcionalmente e pessoalmente. Mas este sentimento foi abrandando e foi substituído pelo respeito que tenho na coerência e completa transparência da gestão do meu comandante, e pela confiança demonstrada várias vezes após este evento.
      Hoje fui surpreendido novamente, sendo questionado em minha honestidade, mas por subordinado. Em uma das várias licitações, o pregoeiro desclassificou um fornecedor. Notoriamente gosto do cara, considero um fornecedor honesto, parceiro ... e não escondo. O cara foi desclassificado e fiquei a margem do processo licitatório propositalmente em virtude disso. Mas diante de uma possível injustiça com o fornecedor (que me ligou ontem indignado e viajou a noite toda para tratar do assunto pessoalmente aqui, esta manhã) convoquei uma reunião com a pregoeira, com outro colega especialista em licitação e um técnico no objeto licitado, para entender a decisão tomada. Antes de iniciar minha fala, a pregoeira (minha subordinada direta) já adiantou que no pregão ela que manda, não ia cumprir ordem ilegal e perguntou o motivo de tanto interesse meu. Foi uma conversa desagradável, mas necessária. Mesmo no final, com os ânimos tranquilos, com a confiança mútua reconstituída, ela ainda de forma quase amável me perguntou...o Sr está ganhando alguma coisa dele? ... Eu respondi sem força ... não ...rs. Putz...nunca imaginei esta situação. Como resolução, fui receber o fornecedor junto com uma testemunha, disse a ele que não ligasse quando estivesse participando em pregão e outras coisas. Depois fiquei triste por ter sofrido desconfiança e feliz porque a tenente disse na minha cara o que pensava. Já que o normal seria falar pelas costas. Ainda estou me recompondo e percebo que a confiança ameaçada exige a lealdade para que a primeira possa sobreviver. É doloroso, mas é necessário.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Tarefas ou pessoas?

        Dois finais de semanas atrás, manhã de sábado, saí de casa com uma lista de tarefas a serem cumpridas antes que comércio fechasse. A última seria pegar o almoço (marmita) até 12:30 h, pois haviam outros compromissos no início da tarde. No meio das tarefas já listadas a esposa ligando inserindo outras, aproveitando onde eu me localizava.
      Eu estava na calçada, andando apressado ao estacionamento pago onde deixara o carro. Um cara, carregando material que não lembro (parecia vendedor ambulante) abordou um senhora a frente pedindo algo. Tentei desbordar para também não ser parado, mas não consegui. Olhar cansado e de fome, pediu um trocado para comer. Eu tinha dois reais, exatamente o necessário para pagar o estacionamento. O impasse foi rápido, minha cabeça pensou rápido: atrasado ...  pagar estacionamento ... só tenho 2 reais ... terei que ir ao banco ... pegar almoço ainda. Minha resposta foi ... "não tenho" (considerando que os 2 reais já estavam empenhados). Respondi curto e evitei fitar os olhos dele novamente, saindo rapidamente daquela situação.
        Após cumprir tudo e chegar em casa, ao invés da sensação de uma manhã produtiva e de satisfação em conseguir cumprir todas as minhas missões, fui invadido por um sentimento de uma manhã perdida. O rosto daquele homem não saía da minha mente. Se tivesse pensado um pouco mais lembraria de usar o cartão de débito para pagar um lanche, seriam uns 15 minutos que não comprometeriam minhas missões. E mesmo que as comprometessem, ele seria mais importante que minhas tarefas. Na se trata de apenas um arrependimento por não ter alimentado aquele homem, mas considerando que "atitude" é uma reação pré-estabelecida para situações já vividas, um comportamento aprendido, isto me fez mergulhar dentro de mim. Quem sou eu? As tarefas são um meio de atender à pessoas ou são um fim em si mesmas? Passamos horas cumprindo metas, buscando produtividade, tudo para pretarmos um bom serviço...serviço a quem?
       Na mesma semana assisti um servidor aposentado estressado com nosso pessoal, quase entrando na justiça, precisando que comandante pessoalmente se engajasse e reunisse todos em sua sala. Depois de esclarecido o desentendimento percebi que os funcionários da ativa, responsáveis, agiram como escravos de suas tarefas burocráticas, sem empatia por aquele senhor que não entendia a situação e cuja angústia era legítima. Aliás, o posicionamento de todos se amparava pela legitimidade. Um pouco mais de tempo de conversa, de servidão em atender a necessidade daquele homem teriam sido suficientes. Ao invés de um desagradável impasse na sala do comandante, seria melhor um aposentado sem angústias e sem a sensação de descaso e prejuízo, bem como funcionários da ativa felizes por ter cumprido sua missão mais nobre no meio de tantas tarefas, anteder a necessidade daquele homem. E consequentemente, satisfazer também a própria necessidade, estabelecer relações humanas dignas, prazerosas, sentir-se parte de algo muito maior do que digitar ofícios e mapas.
       O prazer de cumprir tarefas com eficiência, de uma casa super arrumada, de concluir mais uma pós, é migalha diante do prazer de alimentar a fome de outra pessoa, de ver filho feliz com brinquedos espalhados pela casa, de aprovitar o tempo abraçado a quem se ama. É melhor a lembrança de um olhar sorrindo do que um olhar de fome.
       Domingo passado eu fui comprar uma pizza. No sinal um cara veio pedir dinheiro...rs...eu realmente não tinha nada e sei que se desse dinheiro provavelmente seria para drogas ou bebida. Mas ao responder que não tinha nada ele retrucou, se puder comprar um algo para comer eu aceito. Enquanto esperei a pizza ficar pronta, comprei um lanche ao lado, com cartão de débito. Voltei ao sinal, parei o carro e desci. Dei o lanche e conversei rapidamente e abençoei-o. O que fiz a ele não foi nada, foi apenas um lanche, a obra maior foi em mim mesmo. Mai do que alimento, espero que ele continue a ter fé e esperanças ... e que eu  .... também.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Divida os ovos

       Hoje meu aniversário. Estou triste...reflexivo...sonolento....desanimado. O sono é minha reação orgânica quando tenho dificuldade em lidar com algum aborrecimento. A festa da filha foi perfeita, e ainda falta escrever uma mensagem no livro de mensagens dela. Na festa dos 15 anos, teve um ritual dela entregar a boneca e eu colocar um sapato. Depois me foi dada a palavra...disse a ela...a boneca entregue simboliza a passagem para menina mulher, mas depois em casa eu devolvo a boneca. A preparação da festa foi excelente...os preparativos também fizeram parte da festa. Meus sogros vieram...e como bom anfitrião possibilitei o melhor conforto...ficaram em um hotel. Só isso...eles dormindo fora já me deu paz suficiente para não perder a alegria do momento.
       Mas domingo, esposa teve um momento de descontrole do humor e o tempo fechou. Ela conseguiu roubar minha alegria. Como diz o ditado da vovozinha, não se deve colocar todos os ovos em um mesmo lugar. Parte de minha alegria deve ser no trabalho, outra parte nos filhos, dividindo e deixando um pouco na esposa. Estou tentando exercitar isso...tentando..., mas... nos últimos dois dias não consigo beijar esposa e me despedir ao sair pela manhã. Não consigo entrar em casa sorrindo. Consigo ser gentil, mas não ser carinhoso. Minha vontade é passear sozinho hoje...ver um filme...andar...ou dirigir pela estrada escutando música.
         Ganhei um abraço da filha logo cedo, lembrei dos ovos depositados nela. Vou buscá-la daqui a pouco na escola e isto me alegra. Também me fizeram sorrir no trabalho e também fiz sorrir. Fazer sorrir faz bem e talvez seja a melhor forma de passar este dia. Fazer minha filha sorrir ao pegá-la. Fazer meu filho sorrir ao chegar em casa. Fazer meus cães sorrirem...estes sempre parecem sorrir para mim.
       Pode-se colocar todos os ovos em Deus...mas no restante...melhor dividir. Até sobre si mesmo é arriscado. Exceção aos sogros, neste caso o melhor é arremessar o ovos neles.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mês de festa

   Estou tirando o que me resta de férias...11 dias. Este mês foi aniversário de meu pai, estarei comemorando os 15 anos da filha e no dia 30 é o meu...43 anos. Não devo escrever nada neste período, mas devo entrar para ler os posts de outros blogs.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Saudades

      Hoje estou com saudades...uma perda de algo que não perdi...a ausência de alguém que não esteve presente... de momentos que não vivi ... uma voz que faz parar o tempo.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Que fonte queremos ser?

        Segunda foi um dia estressante, mas ontem ... foi sem classificação. Fui destratado por subordinado na frente de outras pessoas, inesperadamente, e logo por um pelo qual tenho alta estima. Saí calado e depois de pensar em como tratar o assunto, reuni todos presentes na situação. Optei por não tratar do assunto pelo regulamento, falei sobre o que me motiva ... as pessoas ... e abordei sobre o prazer de estar aqui no trabalho que me foi roubado pelo tenente...que estava presente. Falei sobre a vergonha, por isso aquela reunião, para que eu pudesse encará-las novamente. Minha autoridade foi irrelevante, fui atingido como pessoa. Aquela reunião era para encerrar o assunto, pois eu não ia levar aquela tristeza para casa, nem remoer o assunto. O resultado foi o esperado...manifestação de apoio dos sargentos presentes e o tenente saiu arrasado (e não era esta a intenção)...mas para crescimento dele e aprendizagem não tinha como fugir a este processo.
         O fato aconteceu pela manhã. Filha percebeu no almoço meu estado. Na hora de voltar ao trabalho, abracei esposa forte, buscando sentido para meu dia. Adoro o que faço, mas saio de casa ansioso por voltar. Nada do que faço é relevante diante do que eu poderia fazer em relação aos mendigos nas ruas, velhinhos vendendo doce em semáforo à noite e debaixo de chuva (já vi isso em Niterói). Todo meu trabalho aqui e as regras que sigo só ganham valor pelas pessoas com as quais convivo. Nenhum soldado luta por ideais ou arrisca sua vida para que os objetivos estratégicos sejam coquistados. O que dá sentido à luta é o companheiro ao lado, com o qual corremos os riscos juntos. As regras são importantes apenas para manter a saúde coletiva, para conciliar ou mediar conflitos pessoais. Exigir e cobrar resultado de pessoas apenas tem sentido, pelo em respeito à maioria que cumpre suas obrigações. Punir só tem valor quando servir de aprendizagem ao punido e à coletividade, marcando claramente o que é errado. Tudo que fazemos...produzimos...administramos...só tem valor quando motivamos subordinados, servimos ao colega de trabalho que depende de nós. Existem problemas tão relevantes envolvendo pessoas nas proximidades das ruas que moramos...envolvendo a faxineira que trabalha em nossa casa. Ficamos tão envolvidos em "produzir" e nos tornamos presa fácil de armadilhas sutis da vida. Quando senti minha alegria de trabalhar roubada pela atitude do tenente, percebi que sou motivado por pessoas. E que tendemos a não focar nossa energia nisso. Por vezes negligenciamos os mais próximos dos próximos, a família.
        O tenente me procurou ao iniciar este dia. Dormiu mal e demonstrou arrependimento. E arrependimento requer reparação. Ele demonstrou que sua punição seria uma forma de reparar. Esclareci que já me sentia reparado e que ninguém é produto acabado. Caso o problema tivesse se tornado público, a notícia tivesse se espalhado, teria que tratar de outra maneira. Mas os próprios sargentos presentes, sabiamente fecharam o cerco para que isto não acontecesse.
       Ao acordar, antes de pensar no que temos para fazer, deveríamos pensar em quem nos seremos naquele dia e por quem vamos fazer cumprir nosso dever diário. As pessoas são fonte de grandes tristezas, mas são a fonte de nossas maiores alegrias. Que tipo fonte queremos ser?
     

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Exercitando a fé

         Quando mais novo exercitava com frequência a fé. No momento não sei me classificar, mas há marcas que me chamam de volta. Exercitava a fé nas pequenas coisas: ao perder uma chave, quando perdido em algum lugar e na ansiedade de decisões irrelevantes. Talvez nesta esfera chamada "espiritual" nem exista diferença entre fé para pequenas ou grandes situações.
         Dois dias atrás precisei exercitar a fé novamente, diante da alteração de humor da esposa, em que ela ficou com um pé na loucura e outro na razão. Na verdade acho que nem tinha pé mais na razão. Cheguei em casa, depois de um dia calmo, consegui ficar sereno no meio do transtorno que esposa tinha promovido. Tomei um banho, no qual fiquei ganhando tempo sob a água quente, pensando em como encarar  a "realidade" que eu sublimava na mente. Reuni todos na sala e consegui fazer a fera deitar a cabeça no meu colo.  Então eu disse:  ... "não sei mais o que fazer a não ser orar ... vamos orar". Depois lemos uma história bíblica em linguagem infantil. Um sentimento de serenidade me dominou desde o momento que entrei em casa, apesar do turbilhão de idéias que passavam pela mente, as quais consegui organizar e fazer o que fiz. O resultado foi o mesmo de quando eu vivia mais pela fé ... fui atendido ... humor da esposa se acalmou como quando o Cristo acalmou uma tempestade dando ordem ao vento. Mas antes mesmo da resposta atendida, a fé já tinha feito seu trabalho em mim, pois eu já estava em estado de espírito como se aquilo não estivesse acontecendo. Não vou contar os detalhes porque aparentaria ser ela uma esposa e uma mãe cruel, e isto não é verdade. Na verdade, devido ao transtorno bipolar, ela funciona como duas pessoas distintas e entre uma e outra surge eventualmente uma menina assustada. Não importava o resultado daquela oração, não me senti sozinho e estava em paz para qualquer desfecho. Acho que eu precisava tanto quanto ela daquela oração.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O direito de transgredir

        Um post esta semana me despertou a vontade de escrever. Não lembro mais sobre o quê ... são tantas idéias que passam pela mente...ou fatos que poderia compartilhar ... mas o tempo é pouco e a preguiça muito maior e os assuntos vão ficando apenas na minha mente.
        Sou fixado na questão do "exemplo arrasta" e me cobro muito e isto recai sobre família. Ano passado esposa estava internada após uma cirurgia de desvio de sépto nasal, faltava apenas o médico passar e dar alta (ela ansisosa para isso). Filha estava lá também aguardando (o filho do coração ainda não estava conosco), todos cansados e com fome (menos esposa que estava era com dor). Eram cerca de 19 horas e recebi ligação de colega ao qual sou subordinado...uma subordinação funcional, mas estamos no mesmo nível hierárquico...ele se formou um ano antes de mim. É um cara correto...ma flexiblidade zero...quando vou argumentar algo com ele, me sinto conversando com uma parede...e as vezes evito porque acho que não consigo esconder minha irritação. É difícil distinguir limitação de raciocínio com preguiça, e pior quando acompanhada de insensibilidade. A empatia é algo imprescindível para ser líder e a empatia deve ter duas mãos...do chefe para o subordinado e vice-versa.
           Na ligação este meu companheiro, sabendo que eu estava com esposa no hospital, deu-me a ordem para resolver uma ocorrência envolvendo a PM e um major da reserva (aposentado). O major estava embriagado e se recusava a ser conduzido por policiais militares de hierarquias inferior. Como aqui é uma cidade pequena, não tinha. Então fui acionado, pois meu superior tinha um compromisso oficial, no qual estaria representando o comandante. Como ele não "poderia" ir julgou que eu "poderia". Eu perguntei a ele..."Você entende que estou com esposa no pós cirúrgico, com dor, e esperando médico dar alta e que esta ocorrência poderá demorar muito?". Ele entendeu respondeu que sim ...eu fiquei mudo e esposa percebeu meu conflito: dever versus família. Jamais um superior meu havia chegado àquele ponto e eu jamais faria aquilo. Eu não estava acreditando e depois fiquei pensando como é perigoso quando se faz um homem questionar valores que jamais questionaria. Esposa disse..."vai". Eu saí do quarto me sentindo culpado por decidir cumprir a ordem, mas fui pelo corredor do hospital pensando..."Vou chegar lá, este major não vai querer entrar na viatura da PM e eu vou enfiar ele na viatura na porrada...os PM vão ter outra ocorrência." Então lembrei do médico...que também era mais antigo que o tal major...encontrei a solução. Liguei para ele e contei a situação...pedi que fosse no meu lugar e ele prontamente aceitou. E acrescentei..."faz um favor para mim, diga para o fulano que você me substituiu, pois eu não quero nem escutar a voz dele no momento".
            Mas a história principal não é esta. este foi apenas uma mostra de como penso sobre transgredir ou não cumprir regras. Hoje fui padaria e comprei alguns quitutes para o café. Como me atrasei, nãop conseguir tomar café e então decidi que voltaria durante o expediente para tomar café com família. Iniciei expediente as 7 da manhã, trabalhei até as 8 e pedi para ir em casa (não disse o motivo) e fiz me dei ao direito de uma pequena transgressão...sair durante o expediente para curtir café com família. Não foi nada imoral, mas para o padrão da caserna, esbarra em agumas arestas de correção de atitudes. Cheguei e esposa estava arrumando mesa. Filho estava acordado e escovei dente dele e o arrumei para o café. Filha ainda estava dormindo e a acordei dizendo "amo você...quer tomar café comigo?" ...ela demorou a se mexer e então carinhosamente exercitei meu lado exigente falando brandamente no ouvido dela ... "tenho que voltar para o trabalho, não vou poder demorar" ... ela se levantou prontamente sem reclamar. Eu estranhei isto e acho que ela meu jeito exigente light.
           Foi muito bom! Foi como dizer a minha família... "Vocês são mais importantes a ponto de eu contrariar algo que sigo rigorosamente, para estar com vocês". Quando voltava ao trabalho...pensei que se um dia fosse comandante daria a seguinte ordem..."Uma vez por semana cada um pode cometer uma transgressão desta"...uma por semana é muito né?.... uma vez por mês fica melhor ... em alguns casos específicos até mais, para não ser muito cartesiano.

terça-feira, 28 de junho de 2011

O DIREITO DE CONHECER A NORMA CULTA

Recentemente no Brasil foi suspensa pelo Governo a distribuição do livro  “Por Uma Vida Melhor”, a 500.000 estudantes do ensino fundamental, tratando sobre uma velha discussão da teoria sociolingüística, linguagem popular versus linguagem culta como meio de comunicação.

Defensores do livro alegam que a imprensa irresponsável e desinformada alimenta uma visão reduzida sobre o ensino da língua e ofende todo o trabalho desenvolvido pelos lingüistas e educadores de nosso país, cujo objetivo apenas seria desmistificar a noção falar “errado”, substituindo-a pela de adequado/inadequado. Isto fundamentado no pressuposto de que não se deve admitir a superioridade de uma expressão cultural sobre outra. No entanto não apenas a imprensa dita desinformada, mas também a Academia Brasileira de Letras, em especial seu principal interlocutor, o gramático Evanildo Bechara, considera que alguns colegas subvertem a lógica em nome da doutrina e que a defesa do livro decorre de um equívoco, confundindo a discussão sociolingüística, que deveria se limitar ao meio acadêmico, como problema de ordem pedagógica.

Na página 12 do livro consta: “Como a linguagem possibilita acesso a muitas situações sociais, a escola deve se preocupar em apresentar a norma culta aos estudantes, para que eles tenham mais uma variedade à sua disposição, a fim de empregá-la quando for necessário”. Enquanto defensores do livro alegam preconceito lingüístico, como forma de domínio da elite social, e a desconsideração do caráter multifacetado e plural do português brasileiro. O movimento contrário rebate que justamente o ensino da norma culta ajuda na libertação dos menos favorecidos, e que o livro é fruto de resquícios ideológicos de um movimento que surgiu no meio acadêmico na década de 60, quando se contestava qualquer tipo de norma ou autoridade.

Lendo sobre as posições defendidas e alguns dos trechos do livro (consegui na net), na condição de leigo arrisco dizer que será criada uma distância muito maior entre  o ensino da rede pública e o ensino da rede privada. Porque os “Colégios São Bento da vida” continuarão ensinando a língua culta, enquanto as crianças da rede pública aprenderão que escrever “Nós joga as pedra” também é possível, mas que poderão sofrer preconceito lingüístico. Será que estas crianças escolherão aprender algo mais difícil, se escrever assim não está errado? Eu me pergunto também se os defensores deste livro pagariam para seus filhos aprenderem língua inglesa que não seja dentro da linguagem culta. Imagino que estrangeiros usarão melhor o português em linguagem culta do que a maioria dos brasileiros.
             Vejo que em longo prazo teremos mais uma secção em nossa sociedade. Pode parecer paranóico, mas sinto que caminhamos para um futuro em que as diferenças estarão cada vez mais realçadas, estrategicamente plantadas por causas ideológicas. Inicialmente foram realçadas as diferenças que já existiam, algumas eram discretas. No futuro teremos uma elite com linguagem culta, cada vez mais dominadora sobre uma massa com linguagem cada vez mais pobre. Logo será crime também o preconceito lingüístico. A quem interessa uma sociedade tão fragmentada e cheia de conflitos?

sábado, 25 de junho de 2011

Quase terminando

    Estou com família no Rio nestes últimos dias de curso. Daqui a oito dias estarei em casa se Deus permitir. Concluindo com satisfação e apesar de prejudicado pelo acidente ocorrido 6 dias antes da última prova, consegui um resultado final excelente. Obrigado pelo carinho e tordida.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Eu e a arte

        Domingo cheguei mais cedo de viagem e resolvi prestigiar um amigo e fui a um evento, um seminário de artes ocorrido em uma universidade, aquele amigo que citei dois post atrás. Quando adolescente eu o acompanhei em uma sessão de cinema, na semana do cinema aqui no Rio. Lembrei que naquela oportunidade não entendi nada do filme, uma produção independente surrealista. Bom, fui então com a mente aberta para tentar desvendar o que encontraria neste seminário de artes. Não sei como me classificar, dentro de minha formaçao cartesiana, pois em cada sala que entrei tentei pelo menos fazer cara de "hummm". Estava satisfeito em estar ali ... encontrá-lo ... depois de muitos anos ... mas ... vou resumir o que me chamou atenção, o que pode me custar uma imagem de total insensibilidade.
        Primeiramente as intalações muito mal conservadas daquele campus de universidade federal, certamente péssima gestão administrativa e a completa falta de aplicação de princípios de excelência. Diria que ali reina a política da contra-excelência.
        Segundo, uma comunicacão bem realizada depende mais do que o receptor entende do que o emissor transmite. E eu me senti escutando língua estrangeira sem tradução simultânea. Desconfio que faltou eu "cheirar" algo para conseguir entender.
       Adorei a pipoca de chocolate que um pipoqueiro vendia no evento e não me arrisquei a comer o acarajé. Sem minha vesícula e com a atual reação que tenho à gordura, eu faria exposição de artesanato em uma das salas abertas, porque só vi banheiros com avisos de interditado.
         Precisei sair antes de terminar o desfecho do evento, precisava passar roupas para o dia seguinte, e não esqueço do texto recitado pelo artista que fechava o evento. O texto lido, de autoria daquele artista, tinha um trecho, que dentro do contexto citava algumas doenças, e terminou mais ou menos assim: "... pedra nos rins, fumaça no pulmão, vasilina no cú."
           Ah! Havia um grupo bonitinho de morcegos no teto do corredor...juntinhos.



terça-feira, 7 de junho de 2011

         Tenho algumas coisas para escrever, devo fazer mais tarde. Estes são os olhos que vejo sempre que ligo meu PC, de minha filha. Foto tirada esta semana...dela recebi um gostoso abraço ao chegar em casa...ileso...e desta vez sem acidente.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

30 minutos

    Arrumei mala e estou pronto para embarcar e passar final de semana em casa. Tenho 30 min sobrando e o melhor que tenho a fazer agora é escrever. Me pareceu útil tentar contar em pouco tempo qualquer coisa que seja importante no momento. Bom...começando...depois do acidente sofrido na última ida, estou melhor, com dores bem menos intensas na região das costelas do lado esquerdo. Meu filho do coração, já está acordando para fazer xixi à noite, além de estar pedindo também durante o dia. Fez ressonância do crânio, e não tem qualquer sinal da hidrocefalia que teve durante gestação. Mas o que me deixou mai alegre, ele agoar é "amigo" do poodle doido que temos em casa. Ele tinha pavor de cães ... agora no final de semana vou tentar acostumá-lo ao beagle. Porque se aquele poodle pirado conseguiu esta façanha não é possível que meu beagle preferido não consiga. Foi uma surpresa muito boa ele ter superado este medo...porque adoro cães...e não estava mais fazendo churrascos com família no quintal por esta restrição. Esta semana tentei rever um amigo de infância, filho de um dos "tios" postiços adiquiridos longe da família, morando em Brasília. Faz muito tempo que não o vejo, professor da Universidade Federal, na área de comunicação social. Ele escreveu uma autobiografia sobre seu homossexualismo, por isto destaco este encontro, pois não é algo comum no meio em que vivo e respiro 24 h, em que a masculinidade é hipervalorizada. Não considero normal e tabém tenho minhas restrições dentro da instituição militar, mas não me considero homofóbico. Acho que o assunto é a onda do momento e conversando com uma blogueira (blogueira de verdade, pois eu não me sinto tal), vou me debruçar de forma mais "profissional" neste assunto e tentar fazer uma coisa boa, junto com ela.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O Sol e a Lua

      Ontem lembrei desta estória de autoria desconhecida... e não tive tempo de postar. Escapei de um acidente na madrugada de sexta para sábado, na rodovia próximo a cidade onde moro, e o corpo ainda está dolorido. Tenho prova amanhã...dia todo...precisei correr atrás do prejuízo depois que cheguei ao Rio ontem, indo dormir por volta de uma hora da manhã. Apesar de tudo, consegui me situar nos assuntos das aulas que perdi segunda e terça. Mas antes que eu mergulhe outra vez nos estudos, deixo o texto abaixo como se fosse ontem.
 
Quando o SOL e a LUA se encontraram pela primeira vez, se apaixonaram perdidamente e a partir daí começaram a viver um grande amor.
 
Acontece que o mundo ainda não existia e no dia que Deus resolveu criá-lo, deu-lhes então o toque final ...o brilho !

Abateu-se sobre eles uma grande tristeza quando tomaram conhecimento de que nunca mais se encontrariam.

A LUA foi ficando cada vez mais amargurada, mesmo com o brilho que Deus havia lhe dado, ela foi se tornando solitária.

O SOL por sua vez havia ganhado um título de nobreza "ASTRO REI", mas isso também não o fez feliz.

Deus então chamou-os e explicou-lhes: Vocês não devem ficar tristes, ambos agora já possuem um brilho próprio.

A LUA entristeceu-se muito com seu terrível destino e chorou dias a fio...já o SOL ao vê-la sofrer tanto, decidiu que não poderia deixar-se abater pois teria que dar-lhe forças e ajudá-la a aceitar o que havia sido decidido por Deus. No entanto sua preocupação era tão grande que resolveu fazer um pedido a ELE:

Senhor, ajude a LUA por favor, ela é mais frágil do que eu, não suportará a solidão...

E Deus em sua imensa bondade criou então as estrelas para fazerem companhia a ela.

a LUA sempre que está muito triste recorre as estrelas que fazem de tudo para consolá-la, mas quase sempre não conseguem.

Hoje eles vivem assim....separados, o SOL finge que é feliz, a LUA não consegue esconder que é triste.


O SOL ainda esquenta de paixão pela LUA e ela ainda vive na escuridão da saudade.

Dizem que a ordem de Deus era que a LUA deveria ser sempre cheia e luminosa, mas ela não consegue isso....porque ela é mulher, e uma mulher tem fases.

Quando feliz consegue ser cheia, mas quando infeliz é minguante e quando minguante nem sequer é possível ver o seu brilho.

LUA e SOL seguem seu destino, ele solitário mas forte, ela acompanhada das estrelas, mas fraca.

Humanos tentam a todo instante conquistá-la, como se isso fosse possível. Vez por outra alguns deles vão até ela e voltam sempre sozinhos, nenhum deles jamais conseguiu trazê-la até a terra, nenhum deles realmente conseguiu conquistá-la, por mais que achem que sim.

Acontece que Deus decidiu que nenhum amor nesse mundo seria de todo impossível, nem mesmo o da LUA e o do SOL... e foi aí então que ele criou o eclipse.

Hoje SOL e LUA vivem da espera desse instante, desses raros momentos que lhes foram concedidos e que custam tanto a acontecer.

Quando você olhar para o céu a partir de agora e ver que o SOL encobriu a LUA é porque ele deitou-se sobre ela e começaram a se amar e é ao ato desse amor que se deu o nome de eclipse.

Importante lembrar que o brilho do êxtase deles é tão grande que aconselha-se não olhar para o céu nesse momento, seus olhos podem cegar de ver tanto amor.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

História não são apenas fatos, são trajetórias surpreendentes

       Fiz um comentário um blog e acabei ficando com vontade de escrever. No comentário comecei a falar sobre meu gosto por história...arqueologia...museus...e acabei ensaiando uma retrospectiva de emoções de um momento passado.
       Eu adoro história e encontrei um professor inspirador quando adolescente. Não acho que ele tenha me inspirado, mas acho que encontrei nele o eco de um gosto que já existia dentro de mim. Com ele entendi que era possível aprender história com paixão, vendo a vida e não os fatos.
       Quando adolescente, em uma das idas com minha família na cidade onde nasceu meu pai, ele me mostrou o lugar onde havia nascido. Me sentei naquele local e fiz um giro do horizonte, olhando cada detalhe...a cacimba...o pasto...os morros...estavam todos ali...como na época em que ele viveu naquele local. Por alguns momentos, me senti como se meus olhos fossem os dele quando criança. Por alguns instantes, tive a sensação de que estávamos juntos no mesmo lugar...na mesma época...em outra dimensão. Quando retorno ali, algo me toca profundamente...ali é minha origem. Tentei imaginar meu pai com meu avô...brincando...correndo...trabalhando duro...sonhando. Eu sou parte daquele futuro que ele sonhou, talvez sentado ali, jogando uma pedra. Peguei uma pedra e a joguei como se estivesse repetindo o que ele talvez tenha feito, se não ali exatamente...mas perto.      
       Em outra oportunidade andamos no limite do sítio, verificando a cerca. A medida que andávamos, ele contava a história de um fato ocorrido em cada lugar. Vi as marcas em uma árvore que ele próprio fez, quando adolescente, na colocação do arame farpado. Ele foi contando sobre meu avô, que não conheci muito, como se estivesse passando um bastão em uma corrida de revezamento, sua história que as vezes conto para minha filha.
       Quando vejo um museu ou um lugar histórico, penso nas vidas que passaram por ali, nas vidas que maracaram aquele lugar, nas pessoas que pisaram o mesmo solo. Quando escrevi o último post, sobre Tiradentes, não o fiz pelo evento histórico, pelos fatos, e sim me encantei pela paixão expressa em "Marília de Dirceu", pelo pai e filho que foram afastados de seus demais entes familiares no degredo. Pelo retorno de alguns e os desdobramentos vividos após este retorno. Até pelo Padre Rolim, muito parecido com os corruptos de hoje, que buscam a impunidade atrás da imunidade.
        O que mais me encanta quando vou à cidade natal de meu pai, é escutar  histórias. Acho que isto me fez olhar História com esta perspectiva. Quando penso em história, o fato é apenas pano de fundo, encantador é a trajetória das pessoas. Olhar a trajetória de uma vida é sempre surpreendente.

sábado, 16 de abril de 2011

Os Incofidentes

       Ontem concluí uma apresentação powerpoint sobre Tiradentes. No início achei que preparar esta apresentação seria uma obrigação chatíssima. Durante as pesquisas procurando encontrar algum diferencial, para não ser retoricamente repetitivo, acabei encontrando uma riqueza de detalhes sobre as pessoas envolvidas. E isto me envolveu de tal forma que cheguei a avançar madrugada lendo e investigando fontes na net. Foi uma leitura deste evento histórico que não conhecia. O mais envolvente foi sobre Tomás Antônio Gonzaga, jurista e poeta, tendo ocupado altos cargos na colônia, representando a Coroa, já com casamento marcado depois de grande resistência da família de sua amada, foi preso por estar envolvido na conspiração. Cumpriu pena de três anos na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, antes de ter sua pena de morte comutada para degredo perpétuo na África, onde cumpriu em Moçambique. Enquanto preso no Rio, escreveu liras, poemas de amor, que o tornaram o mais proeminente escritor da literatura árcade, MARÍLIA DE DIRCEU. Dirceu era ele prórprio e Marília era sua amada chamada Dorotéia.
     Vou deixar abaixo algumas outras coisas interessantes. Também me chamaram a atenção o Padre Rolim, um típico corrupto dos dias de hoje, a carreira do José Resende da Costa (filho) e o fato de Tiradentes literalmente sem pai e mãe, coincidentemente ter sido o único a ser morto dos onze condenados. A apresentação concluída junto com outros colegas, termina com imagem de lugares históricos, ao som de um samba cantado por Elis Regina, exaltando Tiradentes. Escutei que a cidade de Marília recebeu este nome devido ao poema. Aguardo uma contribuição da Carla sobre isto.
 
José da Silva e Oliveira Rolim
     Envolvido em negócios ilegais, foi o mais rico participante da Inconfidência.  Procurou a carreira eclesiástica para se ver livre de um processo criminal. O Padre Rolim era um homem inescrupuloso e corrupto e quando o Visconde de Barbacena se negou a revogar uma ordem de banimento contra ele, uniu-se à Inconfidência Mineira. Passou quinze anos preso em Lisboa. Em 1805 estava de volta ao Brasil com a esposa e filhos. Conseguiu reaver seus bens e também foi indenizado após a declaração da Independência do Brasil.

Francisco de Paula Freire de Andrade
     Tenente coronel dos dragões do regimento de Minas Gerais. Patrocinou muito a conspiração e franqueava a casa para ali se reunirem os conjurados. Quando se descobriu a conspiração, foi preso, mas escapou à morte, talvez por pertencer à nobre família dos Freire de Andrade. Seu castigo foi o desterro para Pedras d'Angola, Moçambique, para onde partiu em 1792. Apesar do seu grande desejo de voltar à pátria, só obteve licença em 1808, depois que a família real partiu para o Rio. Mas o destino não o deixou realizar o desejo pois morreu em viagem em março do mesmo ano.

Inácio José de Alvarenga Peixoto
     Advogado e poeta, ocupou o cargo de senador pela cidade de São João del-Rei e de ouvidor da comarca de Rio das Mortes. Deixou a magistratura, ocupando-se da lavoura e mineração na região. Em 1892 foi deportado para Angola, onde veio a falecer.

Francisco Antônio de Oliveira Lopes
    Coronel, fazendeiro e minerador.  Por sua riqueza, foi um dos poucos envolvidos na Inconfidência motivados por idealismo, ao invés de problemas financeiros. Foi condenado ao degredo perpétuo em Moçambique, para o qual partiu em 25 de maio de 1792.

Manuel Rodrigues da Costa
     Padre, proprietário da Fazenda e Capela do Registro Velho, depois de preso e degredado para Portugal retornou ao Brasil e tomou parte ativa nos acontecimentos do "Fico", da Independência, foi eleito para as Cortes em 1820 e participante da Revolução Liberal de 1842.

José Resende da Costa (pai)
     Capitão de Cavalaria e fazendeiro, deportado para Cabo Verde, junto com o filho, tendo falecido em 1798 exilado.

José Resende da Costa (filho)
     O mais novo dos Inconfidentes e único não-sacerdote a voltar do degredo, tinha 24 anos quando se envolveu na Inconfidência Mineira; atrasou sua ida para Universidade de Coimbra, por pretender cursar a universidade projetada pelos conjurados. Após dez anos na África (1793-1803), exercendo cargos no governo de Cabo Verde, obteve licença para passar a Lisboa em 1804, onde serviu em outros cargos; foi para o Rio de Janeiro, em 1809, a chamado do Príncipe Regente; aí, foi encarregado de tudo que era relativo a diamantes; em 1821, foi homenageado com sua eleição como deputado para as Côrtes Portuguesas por Minas Gerais; foi também deputado na Assembléia Constituinte de 1821 e 1823, e na primeira Legislatura Ordinária em 1826. O prédio da Assembléia era a antiga Cadeia Pública de Vila Rica, e os debates legislativos travavam-se no mesmo lugar onde 31 anos antes ouvira sua condenação; nestes debates, muitas vezes, apontava pensativo para o local onde havia permanecido preso; em 1827 obteve sua aposentadoria e o título de Conselheiro do Império; em 1836, escreveu uma memória histórica sobre os diamantes, seu descobrimento, contrato e administração; em 1840, foi eleito Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, quando, a pedido de outro membro, escreve sua versão da Inconfidência, comprometida pela situação política do país e por suas amargas lembranças.


Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes)
       Órfão, trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido (alcunha) de Tiradentes, um tanto depreciativa. Em 1780, alistou-se na tropa da Capitania de Minas Gerais; em 1781, foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha de uma estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto Rio de Janeiro. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes, patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de comandante da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787. Tiradentes sempre negou a existência de um movimento de conspiração, porém, após vários depoimentos que o incriminava, na Quarta audiência, no início de 1790, admitiu não só a existência do movimento, como sua posição de líder.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sem tesão para escrever

Gente...desculpe a decepção em entrar e nada de novo...e pior...este pedido de desculpas...estou entediado...desconfortável...tenho até as idéias...mas meu momento agora está sendo de nada querer...nada ler...nada criar...estou na tomada recarregando...e formatando a mente. O pior ou melhor é que tem gente nova me seguindo...vou visitar e ler vocês..beijosssssssssssssssssssssssssssssssssss

sábado, 19 de março de 2011

Baixando rotação

    Terceiro dia de férias. Depois de sessenta dias consegui concluir um inquérito, arrolando cinco pessoas e fiz o possível para dar "munição" ao ministério público. Este último mês foi desgastante, experiências novas e ruins, mas ficaram para trás com sabor de resolvidas, me sinto vazio por indignação que transformei em ação. Só quem leu posts anteriores talvez entenda o que estou expressando neste.
   Os primeiros 20 dias pouco renderam, retomei e praticamente nos últimos 2 dias, consegui o que precisava para terminar satisfeito. No meio disso, dentro do meu trabalho iniciou-se um boato pondo em dúvida minha idoneidade, nunca havia passado por isso e percebi como somos frágeis e expostos a levianos, no exercício da função. E quanto mais alta ou delicada a função, e delicada entenda-se pelos volume de recursos envolvidos, o boato parece mais verdadeiro. Como não consegui digerir, a coisa quase não acabou bem. Apesar de assessorado ao contrário, fiz uma grande acareação reunindo as possíveis fontes, cerca de 20 pessoas, e o resultado foi bom...mas uma manobra arriscada. Consegui manter o controle apesar de extremamente consternado, dei uma escorregadinha nas palavras e mencionei ao grupo que eu me sinto em um "batalhão de mariquinhas" (eu sabia que o fofoqueiro estava no meio deles, estava doido pra mandar esta). No final apareceu a fonte, mas como o boato foi dito sem presença de testemunha, ficou a palavra de um contra outro, como se tivesse sido tudo um grande mal entendido. No final reverti a situação, porque recebi retorno de pessoas de confiança e o companheiro ficou desmoralizado. Depois em um momento de doideira, já de saco cheio, mandei mais uma via net, nem sei onde estava com a cabeça...rs. Mandei uma mensagem para seis superiores, uma mistura de desabafo, denúncia e translouquice. Eu escrevi a mensagem, não reli (se o tivesse feito perderia a coragem e amenizaria as palavras) e apertei o "enviar". Depois...deu um frio..mas já tinha feito a merda. Recebi telefonemas, email...foi algo emocionante...rs. No final...deu tudo certo...pensei que eu seria punido. Acho que apenas fiquei com fama de maluco...para alguns. E de "cuidado" para outros. E agora estou de férias, preparando para um curso...vida de aluno...precisava disso.
     Filho do coração está ótimo, ambientado e nós também. Professora disse: eu não disse para a mãe..mas ele fala tempo todo do pai...

segunda-feira, 14 de março de 2011

JACA

    JACA é uma idéia que seu chefe anuncia para sua equipe, pedindo que amadureçam e depois possam discutir a viabilidade dela ser aplicada. Escutei isto de um colega, quando nosso comandante, um cara que gosto muito, mas introduzia novas idéias na equipe assim...pelo menos nos fazia pensar que estávamos fazendo parte do processo decisório. Este colega disse uma vez ao escutarmos o comandante: Jaca!!...Perguntei por quê? A resposta foi mais ou menos assim: a jaca está no pé e quando amadurece nada segura...então...ou você tira ela antes ... ou ela vai se estatelar no chão. Então já que a comeremos...vamos fazer o possível para que não seja traumático.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Quebre a rotina, arranje problemas novos e espetaculares

   Quando você estiver sem tempo e com problemas repetidamente cansativos....arranje um desproporcionalmente grande para sair da mesmice e tornar os anteriores pequenos. Foi o que eu fiz...agora as pequenas coisas parecem inabaláveis...rs.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Palavras como flexas

    Semana passada terminei "briguento", intolerante e irritadiço. Um pouco pela dor na hérnia lombar e também  por cumprir parcialmente o expediente. Mas principalmente pela falta de paciência. Quando percebia, as palavras já haviam saído como uma flexa sem volta...e no tom de voz de quem tinha outras para lançar...rs. Ai meu domínio próprio...rs. Claro que isto foi no trabalho...em casa...sou como uma ovelhinha...rs..quase isso. Andei meio áspero também em casa...mas com duas mulheres as flexas viram bumerang. Aproveitei um comentário que fiz no blog da Carlinha e transformei neste post.

Apenas dando notícias

    Sumido...sem tempo...envolvido naquele inquérito do qual sou encarregado. Além disso, minha hérnia de disco na região lombar não suportou as duas últimas semanas e reduziu meu tempo sentado digitando. Vou apenas tentar passear por outros blogs.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Filhos

      Domingo, filho do coração de quase 4 anos estava apertando a mão de pessoas que nos estavam sendo apresentadas. Ao chegar justamente em um garoto que trabalha comigo, negro, ele recolheu a mão. Então disse a ele..."cumprimenta o tio, aperta a mão do tio"... ele o fez, mas imediatamente ficou passando a mão na outra como se a estivesse limpando. Chamei meu filho e perguntei porque havia feito aquilo e ele respondeu o que eu já esperava...."ele marrom, preto, sujo". Meu filho é pardo, deveria ter parentes negros até ser recolhido à instituição para adoção com 1 ano e meio. Viveu em uma instituição por 2 anos, onde certamente haviam crianças ou funcionários negros. Achei estranho o comportamento.Conversei com o garoto que ele havia discriminado e pedi que ele insistisse na abordagem de meu filho, para me ajudar a desfazer este sentimento. Depois estavam os dois brincando e o garoto jogando meu filho para o alto com os braços. Pelo menos com ele foi quebrada a barreira, mas imagino que o processo apenas iniciou e que outras surpresas futuras estão reservadas.
       Ontem foi o primeiro dia dele na escola. Filha o acompanhou e disse..."ele já é o queridinho das professoras...ele é sempre é o queridinho". Então eu respondi debochadamente..."deixa de ser despeitada, aliás despeitada você não é né filha" (ela tem seios já bem desenvolvidos). Passou a fase crítica do ciúmes, mas foi algo acima do tolerável e que me desgastou. Uma blogueira que acompanho, a Grávida e Bipolar, escreveu sobre como ela se sente frustrada em não conseguir entender o significado do choro do filho récem nascido e perceber que não atende a necessidade dele, além de ficar irritada e se sentir culpada por isso. Deixei meu comentário lá...copiei a frase dela existente no texto, complementando que o sentimento dela é o mesmo que sinto com minha filha de quase 15 anos. Acho que acompanha alguns pais a vida toda.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Nem tudo que é engraçado consegue-se rir.

     Vou contar três casos com crianças.
     A primeiro escutei de uma amiga...uma amiga que talvez tenha sido mais colada comigo que qualquer outra pessoa...éramos da mesma turma...ela sentava ao meu lado...colava das minhas provas à revelia...eu era seu confidente e eu não confiava tudo porque ela não guardava segredos...rs. Acompanhei o sofrimento dela por uma paixão...estão casados hoje. Ela estava no banco...e na fila uma mãe com a filha de cerca de 5 anos. A menina toda hora perguntando se faltava muito e repetidamente falando " Que droga!". A mãe então pacientemente tentou dizer a filha que ela só piorava a situação dizendo aquelas palavras...que ela deveria deveria ter bons pensamentos...dizer..."Que lindo...que belo". A filha pensou e retrucou: mãe, em casa a senhora fala "Que merda!!!" A mãe desconsertada: filha...pode continuar falando "Que droga!".
      A segunda aconteceu com um irmão mais velho dessa amiga. Ele havia comprado um apartamento no Méier e estava se mudando, saindo da casa que o cunhado havia cedido. O filho, de quase cinco anos, havia crescido naquela casa e não queria sair. O pai didaticamente vendeu a idéia de que a outra casa era melhor do que aquela. O menino entendeu e então disse: "Pai, a outra casa é melhor, então o tio vai preferir ela...vamos ficar aqui e dá a outra casa para ele".
     A terceira aconteceu com minha filha em 2010, em um salão. Entrou uma mãe e um menino. O menino que aparentava uns quatro anos estava inquieto, mexia em tudo e a mãe tensa, estressada tentando reprimir e no limite de ser agressiva. Entrou uma senhora...sentou-se...e puxou papo com a criança: " oi...qual seu nome?". O menino olhou...e respondeu com convicção:"Vagabundo". Fez-se um silêncio no salão.
    A parte engraçada da última história foi a cara da mãe.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O que escrevo.

     Desde criança eu escrevo algo. Eu era daqueles meninos que escrevia jornalzinho falando das meninas e pregava nos postes anonimamente. Nos sete anos de internato escrevia durante as aulas, enquetes ou comentários que circulavam pela sala. Eu muitas vezes não conseguia me concentrar nas aulas, naquelas mais chatas ou que tinham material interessante a ser explorado. Lembro de um professor de biologia, cujas frases marcantes nunca esqueci: "Os ovo das ave" ou "As afirmação são cinco, letra um .... letra 2....letra 3....letra 4 (não houve a quinta)". Havia bolão na sala para para os erros de concordância dele.
      Escrevi estórias falando de colegas e de capitães e tenentes instrutores, tudo fixado publicamente em quadro mural, e quando falava de superiores era sempre camuflado, mas meus colegas sabiam a quem eu me referia. Uma certa vez um capitão nos reuniu para saber quem havia escrito e o signigicado dos personagens (e ele era um dos personagens). A turma me protegeu dizendo que a estória havia sido escrita por todos...como se cada tivesse contribuiudo com um pedaço. Isso era comum, o grupo proteger o indivíduo. Certa vez faltou luz, foi uma algazarra na formatura de revista das 19 horas. Quando voltou a luz, um superior perguntou para o pelotão em forma....quem estava gritando fazendo baderna?...Instintivamente todos levantaram os braços, Ele obviamente não anotou ninguém.
      Aqui estou seguindo três tendências: escrever sobre a experiência da adoção, escrever sobre a experiência de ser casado com uma bipolar e agora os casos engraçados que permeiam minhas lembranças. As vezes também um desabafo de um cidadão indignado.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Pegando por trás

    Em sete anos de internato em escola militar não faltam casos.
    Terceiro ano do segundo grau...assisti a seguinte cena envolvendo dois colegas...Rogério e Nóbrega. Nóbrega, após o almoço, retornando ao alojamento, no corredor mais movimentado da escola, repentinamente interrompe sua caminhada para amarrar os cadarços de um dos sapatos da farda. Não se agacha, inclina o corpo permanecendo em pé, de "bunda para cima", abaixando o tronco para amarrar o sapato com as pernas levemente flexionadas, quase esticadas. Rogério vem atrás...distraidamente olhando para o lado, encaixa a ragião da virilha nas nádegas do Nóbrega, empurrando-o para frente. Instintivamente Nóbrega tenta se equilibrar para não ir de cara ao chão e fica momentaneamente com o corpo "Balança mas não cai", com os pés parados e com tronco e braços esticados a frente. Rogério instintivamente tenta segurar Nóbrega com as duas mãos  e então os dois ficam naquela posição por alguns instantes: Rogério em pé encaixado na bunda do Nóbrega, segurando-o pela cintura com as duas mãos puxando com vigor para trás para impedir a queda. Nóbrega de bunda para o alto, com o corpo flexionado a frente tentando sair daquela posição. Nóbrega saiu da posição já partindo pra briga pensando que Rogério havia feito de propósito. O corredor inteiro dando gargalhada. Ainda bem que não foi no banheiro, no banho....a porrada teria rolado.
     

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Operação Motel.

   Este post é apenas para jogar conversa fora...contar caso...
   Lendo no site do Terra uma entrevista com um capitão de engenharia que está ou estava comandando a construção de uma passadeira e uma ponte de treliça em uma das áreas da recente tragédia das chuvas no Rio, lembrei de momentos que minha memória me surpreendeu. Pra não perder o fato novamente, resolvi escrever.
   Eu, então tenente de engenharia, estava comandando o transporte de material de pontes para um exercício de travessia de curso d` água (um rio), em região rural existente na periferia do Rio de Janeiro. Foram 15 dias corridos de transporte levando o material para o local, com jornada começando as 5 e terminando após anoitecer. Depois mais uma semana montando e desmontando as pontes e passadeiras no Rio Guandú. Terminou com uma demontração e por fim a desmontagem e transporte de todo o material de volta, finalizando com a limpeza e armazenamento. Meu comandante de companhia somente ia para casa depois que a última viatura entrasse no batalhão com todos bem e a última viatura era sempre a minha. Na última noite de transporte, retornando com o material, as duas últimas viaturas, sendo a última a minha, voltando juntos, a outra chefiada por um sargento quebrou em um local sem comunicação, iluminação precária, um bairro pobre, ruas de terra e muito mato. Mandei o sargento embarcar na minha viatura e fiquei com o motorista da viatura quebrada, fazendo a guarda. Cada um com uma pistola, fora do caminhão, na verdade fazendo a nossa própria segurança, pois quem iria querer uma caminhão quebrado? Depois de uma hora (já era noite) chegou o socorro, um outro caminhão com acessório para rebocar a viatura quebrada. Durante a manobra preparando para o reboque, o caminhão "socorro" também quebrou. Então ficamos naquele momento 4 militares e dois caminhões. Procurei uma casa que possuísse telefone e isto não havia ali, era um bairro de periferia sem infraestrutura. Entre as casas, todas muito simples, havia uma com um veículo, uma brasília amarela. Fui com um cabo pedir ao morador que nos levasse a um telefone, pois eu precisava informar que o "socorro" também precisava de ajuda. O morador entrou e voltou com a chave do carro e após saber se tínhamos CNH, me entregou a chave do carro. Eu fiquei tão surpreso que mostrei a identidade apesar dele não a ter pedido. Pra finalizar, consegui encontrar um local com telefone e concluimos a missão. O único local com telefone era um motel, então entramos eu e o cabo, fardados, equipados e armados, em uma brasília amarela no motel. Não sei o que foi mais constrangedor...entrar no motel...ou depois de usar o telefone... sair do motel.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Casado com bipolar: tenha sempre chocolate em casa

     Ontem o dia começou como forte candidato a ser pior do ano. Talvez meu estado ao iniciar o dia não  tenha sido fruto dos acontecimentos, mas resultado do meu momento em conseguir "matar no peito" o que me atingiu. São tantas as flexas que voam contra nós, mas uma ou algumas conseguem encontrar o ponto frágil de uma junta da armadura.
     Mas o dia não terminou como começou, terminou muito bem, contrariando minha expectativa. Filha fez apenas duas amizades neste um ano que completamos aqui. E ontem foi aniversário da primeira, comemorando no boliche e depois em uma pizzaria rodízio. Isso foi bom porque quebrou rotina de meio de semana e eu adoro isso. Mas apenas o tom de voz da esposa, a mudança de humor, já me deixou aliviado, isto sim mudou o rumo do dia. Mas é nesta hora que fico mais irônico, transformando a má lembrança em piadinhas. Em tom ameno ela me acusou de não lembrar o que fez por mim no dia anterior (ela se referiu a melhorias na arrumação da casa, como se isto não tivesse sido para ela mesma), eu respondi que lembrava sim, de tudo, de cada palavra (eu me referia ao humor dela à noite). Depois em momentos de descontração ficamos comparando cada um de nós a um personagem da estória do SHREK, sobrou o burro para mim...lembrei que o burro se casa com a dragão (não comparei a aspectos de beleza, não seria o caso, mas do humor que as vezes é um lança chamas).
      Hoje o dia começou muito bem e não sei o que esperar para o final. E nem ficar esperando para o pior, porque seria o fracasso da esperança. Ainda é melhor os danos do inesperado e da má surpresa a viver em prontidão esperando o pior. O discurso é este, mas na prática, o inconsciente prepara o corpo para uma possível batalha. Então vou tentar pelo menos teminar o dia em alerta amarelo ao invés de vermelho, quem sabe muda para verde depois que abrir a porta. 
       Na pior das hipóteses, tem uma barra de chocolate da cacau show. Na melhor das hipóteses, também vou atacar a barra de chocolate. Ontem o dia terminou em pizza, hoje vai terminar em chocolate.
    
 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Consumido

    Hoje não acordei bem, estar acordado significa pensar. Os pensamentos me empurram para baixo, porque não há sorrisos entre eles. Estou tentando buscar um significado para estar acordado e não o encontro. Estou tentando buscar um significado para trabalhar com prazer e não o encontro. Mas levantei, escovei dentes, fui a padaria, consegui falar com esposa que estava saindo quando na verdade não queria falar nem comigo mesmo. Sentei na sala do meu comandante e conversamos sobre problemas, talvez resolvendo problemas encontre algo motivador. Fui vistoriar a manutenção de uma casa funcional a ser ocupada por um companheiro que nem conheço, talvez a preocupação com a família dele me ajude a melhorar o dia.
    A maior motivação para começar o dia é saber que ao final dele estarei em casa, mas hoje isto não é motivador. Ontem fui consumido à noite, meu sorriso se perdeu em algum lugar da casa. Quero encostar a cabeça na mesa e dormir e não consigo encontrar palavras para descrever o "nada" que estou tentando preencher. Vou dar uma caminhada e tentar encontrar uma conversa que me faça encontrar meu sorriso.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Cruzada iniciada

     A indignação se tornou ação. Foi instaurado primeiro processo que deve atingir meus dois principais alvos, que eram meus colegas de trabalho até dezembro passado. Meu novo chefe, o qual conheço desde os 14 anos também está indignado e também faz a opção por agir. Mas o melhor é que ele me nomeou o encarregado do processo instaurado, ou seja, tenho o "poder de polícia" para apurar e indiciar. Já tem mais um processo saindo do forno e vou provocar um terceiro até o final da próxima semana. Não vou poder falar mais nada sobre este assunto, mas no final (se estiver vivo...rs)...eu conto.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ciúmes entre irmãos

     A chegada de um outro filho está sendo aprendizagem em casa. Mudou a dinâmica com a filha de 14 anos (ex-filha única). A filha foi a mais entusiasmada com a adoção, agora está com ciúmes e apresenta reações inesperadas para mim e esposa. Inesperadas porque isto não fazia parte da pauta familiar e porque não esperava isto da filha, não conhecia esta faceta dela. Estou mais tranquilo escutando outros pais que viveram isto mesmo com filhos não adotados, com filho ou filha mais velha com relativa diferença de idade.
    A filha cresceu em ambiente de constantes crises da mãe e o irmão do coração de quase 4 anos chegou em momento diferente. Só aí o tratamento já é diferente. Naturalmente a filha agora precisa fazer tarefas que  antes não era exigida, pois agora o tempo da mãe não sobra como antes. Na verdade tarefas que erramos em não exigir que ela já as fizesse.
    Ontem foi por causa do banheiro, que estava com porta encostada e filho entrou com a mãe. Filha ficou indignada, apesar das tentativas de explicação da mãe que não percebeu o banheiro ocupado. Entrei na situação e estabeleci uma regra para acabar com a polêmica e estabelecer a ordem daquele momento e evitar conflitos futuros. Mas filha estava disposta a enfrentamento, precisei ser mais firme e coerticivo, mas sem elevar tom de voz, e ela prudentemente recuou quando disse que ela estava me afrontando e não ao irmão naquele momento.
     Deitado eu disse à esposa..."Sou filho mais velho e não sei o que é ciúmes com irmã, nunca tive dúvida do meu espaço e nunca senti necessidade de lutar por ele com meus pais. Já minha irmã de 38 anos parece que luta até hoje"... Aliás filha me lembra muito minha irmã, ela tinha mesmo estilo de enfretamento, inseguranças e temperamento. Sem contar o cabelo e tipo físico.
      A vinda do filho do coração está fazendo trabalharmos questões familiares novas e isto está sendo bom. Ele em si não dá trabalho, é obediente e independente, só quando com fome e sono fica um pouco mal humorado. É uma criança carismática e isto quase já me deixou em outra situação de ciúmes, da esposa em relação a mim, pois a bochecha dele atrai as mulheres, mas isto daria outro post.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Medo

     Filho do Coração acordou esta madrugada chorando. Eu acordei...fui ao quarto e o encontrei sentado na cama. Sentei ao lado e perguntei o motivo dele estar chorando. Respondeu que estava com medo. Tentando repetir o que escutei de minha mãe ... disse a ele: "Quando você estiver com medo, fala com Papai do Céu, ele sempre estará com você." Depois completei com algo mais visível: "Maninha está no quarto ao lado, papai e mamãe estão ali pertinho também. Fred, Dino e o Bombeiro (bonecos que ele leva para a cama e estava segurando o bombeiro) estão com você também. Então convidei-o a orar...basta puxar o Papai do Céu que ele continua a oração. Toda noite sentamos com ele...eu ..esposa e filha...ele segura o Dino por uma mão e o Fred pela outra...seguramos as mãos dos bonecos e oramos.
    Eu tinha medo do escuro...lembro quando minha mãe ensinou a orar...mas além da oração...eu enfrentava o medo segurando a mão de minha irmã 4 anos mais nova...ela era tão novinha que ainda não os tinha. Acho que o medo cresce junto conosco...amadurece conforme a fase...surge e cresce conforme a fase. Aprendi a controlar o medo do escuro brincando com o escuro...então quando faltava luz..ficava imitando fantasmas.
   Lembro que aos 15 anos...tirando serviço...aluno de escola militar em Campinas...precisava fazer ronda...tinha uma torre de seis pisos...escada em forma de caracol...estórias de fantasmas...coração batia acelerado ao subir aquelas escadas escuras...lembrava de orar... o medo se tornava desafio..e desafio é uma forma diferente de enxergar o medo...não é algo paralizante...mas impulsionador.
    O medo é paralizante nos relaciomanentos. Por medo deixamos de ser francos. Por medo deixamos de dizer não. Por medo somos preconceituosos ao lidar com o desconhecido. Por medo da perda  e decepção deixamos de amar, porque não existe amor parcial.
    Depois que filho orou...disse a ele...deita...e dorme...e ele o fez. Ele dormiu... e eu não ...fiquei pensando no meu medo atual, o que está me impulsionando no momento com mais ênfase minha vida. Eles são: medo de estar dedicando pouco tempo à filha, medo de estar sendo um profissional muito dedicado e negligenciando a família e medo de ser incoerente com tudo que critiquei durante minha vida profissional até chegar aqui: a falta de coragem nas decisões. Talvez tudo se resuma ao medo de desapontar as pessoas que mais me importam...minha família e meus subordinados. Não me incomoda desapontar comandantes e chefes, nem se ser mal sucedido dentro de uma concepção tangível. Tenho medo do intangível, do que compromete a fé, do que compromete a esperança e da saúde emocional de minha família.
     Os medos estão se transformando em desafios, e estes precisam ser superados com ações práticas cujos resultados sejam paz na minha alma. Minha oração a Deus é coragem para amar mais minha família e coragem para fazer justiça aos problemas que estão caindo nas minhas mãos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

2010...reencontrando a verdade boa e ruim

       Terminei 2010 desolado...nada com a família...mas com pessoas e como estas exercem o poder dentro de uma instituição...dentro da instituição para a qual tenho doado minha vida diariamente desde meus 14 anos de idade. Aos 42 anos compartilho a idéia de que nenhuma pessoa é boa ou má na sua essência, mas se relaciona de forma boa ou má com: pessoas, coisas ou fatos. Tentando ser mais prático, um ladrão pode criar muito bem seus filhos e ser um bom marido. Então, se se há algo bom, quem sabe por um  milagre isto pode contagiar demais áreas da vida (e acredito no sobrenatural agindo pontualmente na vida de uma pessoa). Também tento não esperar muito de uma pessoa, assim isto me poupa da decepção. Não que eu desacredite das pessoas, ao contrário, mas sem esperar muito, ou esperar que o outro erre, me predispões sempre a acreditar que vale a pena mater a relação.
       No final de novembro, senti o gosto de vitória após um bom combate, aquele que você não se sente sozinho e o melhor, aquele em que eu estive a frente e encontrei em subordinados o eco dos meus anseios. Consegui depois de 8 meses afastar um servidor civil corrupto e realizar uma licitação totalmente limpa, em que mais de dois milhões de reais foram ganhos por uma empresa idônea e cujo dono já havia levado "toco" em outras três licitações com órgãos públicos. As empresas que sempre ganhavam com provável apoio daquele servidor e outros, não conseguiram ganhar praticamente nada. A empresa que ganhou levou 95 % dos itens e ficamos assustados com a possibilidade de estar caindo na mão de um picareta. Apertamos o cara (que passou dois dias no hospital) porque pensou que ao arrochá-lo fazíamos parte do esquema e estávamos tentando desclassificá-lo para favorecer aquelas empresas que eu torcia para não ganharem. Conheci o dono da empresa e quando o cara contou como havia sido desclassificado em outras licitações por não pagar "pedágio" e etc, senti a alma lavada, por mim e por ele.
         Mas aí....durante todo este processo....ganhei a confiança de subordinados...que buscaram em mim a solução dos problemas que outros chefes anteriores não quiseram resolver. A partir daí...passei a ser informado de todo o submundo que funcionava a minha volta. Não são pessoas...é uma estrutura...como uma instituição paralela....e cujos limites estão acima de mim...uma rede que envolve todo o sistema. QUE MERDA!!!! Porque não sei deixar de meter a mão na merda, mas agora a coisa é grande e duas coisas jamais quero que pensem sobre mim: que fui cúmplice e todo cúmplice é suspeito de se favorecer e de que fui covarde. Não serei imprudente, mas assumir riscos não é imprudência, é estudar a situação e minimizar as consequências desfavoráveis. Desde final de novembro tenho dormido mal...tenho estado angustiado. A desolação estou tentando transformar em estratégia, em ações planejadas e graças a Deus os páreas que me cercavam foram transferidos para outros lugares. E meu chefe de 20 dias atrás era um frouxo ou ladrão também. Estou esperançoso com a renovação atual e os que ficaram, já os reuni todos e fui claro sobre intolerância quanto a falta de transparência.
          Mas todos estes problemas foram bons em um ponto crucial....agora sei quem está ao meu lado e isto é gratificante. Consegui construir relações de confiança e lealdade em 2010, e isto foi muito bom. Eu sempre estava reclamando nos posts anteriores sobre a monografia, a falta de tempo, na verdade minha angústia era esta, isto que escrevi hoje me consumia e me afetou em tudo. E minha esposa nem imagina que passo por isto, porque para algumas das pessoas envolvidas abrimos a porta de nossa casa e preferi deixar ela continuar com a imagem boa.
          Concluindo, isto não vai ficar impune ... até o meio do ano...todos os envolvidos estarão respondendo ... TCU ... inquérito policial ... sindicância ... imprensa ... denúncia anônima ... vale tudo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Voltei...

       Passei virada do ano no Rio. O saldo foi bom...apesar de no pacote estar incluso os sogros. No domingo, escutei um sermão interessante, sobre a comparação da vida de uma pessoa com uma árvore. Resumidamente de uma semente até uma grande árvore, há uma trajetória de vida, que deveríamos analisar as pessoas não por um momento quando esta árvore (pessoa) produz um fruto amargo, mas deverríamos levar em conta  toda a trajetória de vida. Minha sobra ficou rindo concordando com o sermão...meu filho riu vendo ela rindo sem saber o motivo...eu pensei...só rindo...minha sogra pensa que é laranjeira e produz limão. Nada contra limonada...mas dá trabalho e depende de boa vontade de quem recebe o fruto. Mas eu nem queria ocupar meu tempo com este assunto, ela consegue tirar o pior de mim, ao contrário de outras que inspiram o melhor.
        Antes de viajar, estávamos chegando em casa e vizinha coincidentemente ao nos ver (esposa acenou cumprimentando) levantou-se da varanda e entrou na casa dela. Esposa como uma boa bipolar (sentimento de perseguição) ficou especulando e obviamente só motivos negativos. Ao entrarmos a vizinha voltou e deu um Feliz Natal...esposa foi entrando fazendo de conta que não tinha escutado...eu atrás tentando convencer esposa de voltar para cumprimentar (eu já havia feito)...tinha ficado muito feio...Filha entrou criticando atitude da mãe e eu já macaco velho mandei filha parar pois sabia o que ia ocorrer...não adiantava criticar...tinha que fazer ela pensar (novamente a piscoterapia cognitiva). Dei um tempinho...enquanto esposa colocava nosso filho pra fazer xixi só comentei..."depois que você refletir, tenho certeza que tomará melhor decisão". Menos de cinco minutos depois, esposa avisou...estou indo na vizinha apresentar nosso filho do coração....vocês querem ir?...E tivemos momento agradável de boa conversa, em que esposa justificou com vizinha a pressa em entrar porque nosso filho estava apertado.
        Me senti um pescador...bastou jogar a isca....aquela frase do banheiro...ela como um peixinho mordeu. Mordeu...se enganchou na reflexão...seguiu a linha e pulou dentro do barco. CONFORME A SITUAÇÃO, quando se conhece uma pessoa, basta jogar a isca, é perda de tempo e de energia tentar arrastar com tarrafa.
        Mas voltando à sogra...se eu contar vai parecer conversa de pescador...ninguém acredita.