quinta-feira, 28 de abril de 2011

História não são apenas fatos, são trajetórias surpreendentes

       Fiz um comentário um blog e acabei ficando com vontade de escrever. No comentário comecei a falar sobre meu gosto por história...arqueologia...museus...e acabei ensaiando uma retrospectiva de emoções de um momento passado.
       Eu adoro história e encontrei um professor inspirador quando adolescente. Não acho que ele tenha me inspirado, mas acho que encontrei nele o eco de um gosto que já existia dentro de mim. Com ele entendi que era possível aprender história com paixão, vendo a vida e não os fatos.
       Quando adolescente, em uma das idas com minha família na cidade onde nasceu meu pai, ele me mostrou o lugar onde havia nascido. Me sentei naquele local e fiz um giro do horizonte, olhando cada detalhe...a cacimba...o pasto...os morros...estavam todos ali...como na época em que ele viveu naquele local. Por alguns momentos, me senti como se meus olhos fossem os dele quando criança. Por alguns instantes, tive a sensação de que estávamos juntos no mesmo lugar...na mesma época...em outra dimensão. Quando retorno ali, algo me toca profundamente...ali é minha origem. Tentei imaginar meu pai com meu avô...brincando...correndo...trabalhando duro...sonhando. Eu sou parte daquele futuro que ele sonhou, talvez sentado ali, jogando uma pedra. Peguei uma pedra e a joguei como se estivesse repetindo o que ele talvez tenha feito, se não ali exatamente...mas perto.      
       Em outra oportunidade andamos no limite do sítio, verificando a cerca. A medida que andávamos, ele contava a história de um fato ocorrido em cada lugar. Vi as marcas em uma árvore que ele próprio fez, quando adolescente, na colocação do arame farpado. Ele foi contando sobre meu avô, que não conheci muito, como se estivesse passando um bastão em uma corrida de revezamento, sua história que as vezes conto para minha filha.
       Quando vejo um museu ou um lugar histórico, penso nas vidas que passaram por ali, nas vidas que maracaram aquele lugar, nas pessoas que pisaram o mesmo solo. Quando escrevi o último post, sobre Tiradentes, não o fiz pelo evento histórico, pelos fatos, e sim me encantei pela paixão expressa em "Marília de Dirceu", pelo pai e filho que foram afastados de seus demais entes familiares no degredo. Pelo retorno de alguns e os desdobramentos vividos após este retorno. Até pelo Padre Rolim, muito parecido com os corruptos de hoje, que buscam a impunidade atrás da imunidade.
        O que mais me encanta quando vou à cidade natal de meu pai, é escutar  histórias. Acho que isto me fez olhar História com esta perspectiva. Quando penso em história, o fato é apenas pano de fundo, encantador é a trajetória das pessoas. Olhar a trajetória de uma vida é sempre surpreendente.

2 comentários:

  1. Pois é... o comentário foi no meu blog, né? rs

    Olha, não se chateie por eu não gostar de História, saiba que sou a única pessoa do mundo que não gosta de História, todo o resto gosta, não conheci uma pessoa até hoje que não amasse História. Chego a sentir que tenho algum problema... eheheheh

    Mas realmente tem uns assuntos que minha mente se desliga insntantaneamente, História é um, Direito é outro. Affe, como detesto Direito e quis o destino que trabalhasse com isso... rs

    Beijocas

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  2. Eu gosto muito de histórias de vida... Me interesso pela história das pessoas. Gosto de saber as origens das coisas. Acho que é uma forma de aprender, afinal.

    Beijos

    Carla

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