domingo, 20 de fevereiro de 2011

Palavras como flexas

    Semana passada terminei "briguento", intolerante e irritadiço. Um pouco pela dor na hérnia lombar e também  por cumprir parcialmente o expediente. Mas principalmente pela falta de paciência. Quando percebia, as palavras já haviam saído como uma flexa sem volta...e no tom de voz de quem tinha outras para lançar...rs. Ai meu domínio próprio...rs. Claro que isto foi no trabalho...em casa...sou como uma ovelhinha...rs..quase isso. Andei meio áspero também em casa...mas com duas mulheres as flexas viram bumerang. Aproveitei um comentário que fiz no blog da Carlinha e transformei neste post.

Apenas dando notícias

    Sumido...sem tempo...envolvido naquele inquérito do qual sou encarregado. Além disso, minha hérnia de disco na região lombar não suportou as duas últimas semanas e reduziu meu tempo sentado digitando. Vou apenas tentar passear por outros blogs.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Filhos

      Domingo, filho do coração de quase 4 anos estava apertando a mão de pessoas que nos estavam sendo apresentadas. Ao chegar justamente em um garoto que trabalha comigo, negro, ele recolheu a mão. Então disse a ele..."cumprimenta o tio, aperta a mão do tio"... ele o fez, mas imediatamente ficou passando a mão na outra como se a estivesse limpando. Chamei meu filho e perguntei porque havia feito aquilo e ele respondeu o que eu já esperava...."ele marrom, preto, sujo". Meu filho é pardo, deveria ter parentes negros até ser recolhido à instituição para adoção com 1 ano e meio. Viveu em uma instituição por 2 anos, onde certamente haviam crianças ou funcionários negros. Achei estranho o comportamento.Conversei com o garoto que ele havia discriminado e pedi que ele insistisse na abordagem de meu filho, para me ajudar a desfazer este sentimento. Depois estavam os dois brincando e o garoto jogando meu filho para o alto com os braços. Pelo menos com ele foi quebrada a barreira, mas imagino que o processo apenas iniciou e que outras surpresas futuras estão reservadas.
       Ontem foi o primeiro dia dele na escola. Filha o acompanhou e disse..."ele já é o queridinho das professoras...ele é sempre é o queridinho". Então eu respondi debochadamente..."deixa de ser despeitada, aliás despeitada você não é né filha" (ela tem seios já bem desenvolvidos). Passou a fase crítica do ciúmes, mas foi algo acima do tolerável e que me desgastou. Uma blogueira que acompanho, a Grávida e Bipolar, escreveu sobre como ela se sente frustrada em não conseguir entender o significado do choro do filho récem nascido e perceber que não atende a necessidade dele, além de ficar irritada e se sentir culpada por isso. Deixei meu comentário lá...copiei a frase dela existente no texto, complementando que o sentimento dela é o mesmo que sinto com minha filha de quase 15 anos. Acho que acompanha alguns pais a vida toda.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Nem tudo que é engraçado consegue-se rir.

     Vou contar três casos com crianças.
     A primeiro escutei de uma amiga...uma amiga que talvez tenha sido mais colada comigo que qualquer outra pessoa...éramos da mesma turma...ela sentava ao meu lado...colava das minhas provas à revelia...eu era seu confidente e eu não confiava tudo porque ela não guardava segredos...rs. Acompanhei o sofrimento dela por uma paixão...estão casados hoje. Ela estava no banco...e na fila uma mãe com a filha de cerca de 5 anos. A menina toda hora perguntando se faltava muito e repetidamente falando " Que droga!". A mãe então pacientemente tentou dizer a filha que ela só piorava a situação dizendo aquelas palavras...que ela deveria deveria ter bons pensamentos...dizer..."Que lindo...que belo". A filha pensou e retrucou: mãe, em casa a senhora fala "Que merda!!!" A mãe desconsertada: filha...pode continuar falando "Que droga!".
      A segunda aconteceu com um irmão mais velho dessa amiga. Ele havia comprado um apartamento no Méier e estava se mudando, saindo da casa que o cunhado havia cedido. O filho, de quase cinco anos, havia crescido naquela casa e não queria sair. O pai didaticamente vendeu a idéia de que a outra casa era melhor do que aquela. O menino entendeu e então disse: "Pai, a outra casa é melhor, então o tio vai preferir ela...vamos ficar aqui e dá a outra casa para ele".
     A terceira aconteceu com minha filha em 2010, em um salão. Entrou uma mãe e um menino. O menino que aparentava uns quatro anos estava inquieto, mexia em tudo e a mãe tensa, estressada tentando reprimir e no limite de ser agressiva. Entrou uma senhora...sentou-se...e puxou papo com a criança: " oi...qual seu nome?". O menino olhou...e respondeu com convicção:"Vagabundo". Fez-se um silêncio no salão.
    A parte engraçada da última história foi a cara da mãe.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O que escrevo.

     Desde criança eu escrevo algo. Eu era daqueles meninos que escrevia jornalzinho falando das meninas e pregava nos postes anonimamente. Nos sete anos de internato escrevia durante as aulas, enquetes ou comentários que circulavam pela sala. Eu muitas vezes não conseguia me concentrar nas aulas, naquelas mais chatas ou que tinham material interessante a ser explorado. Lembro de um professor de biologia, cujas frases marcantes nunca esqueci: "Os ovo das ave" ou "As afirmação são cinco, letra um .... letra 2....letra 3....letra 4 (não houve a quinta)". Havia bolão na sala para para os erros de concordância dele.
      Escrevi estórias falando de colegas e de capitães e tenentes instrutores, tudo fixado publicamente em quadro mural, e quando falava de superiores era sempre camuflado, mas meus colegas sabiam a quem eu me referia. Uma certa vez um capitão nos reuniu para saber quem havia escrito e o signigicado dos personagens (e ele era um dos personagens). A turma me protegeu dizendo que a estória havia sido escrita por todos...como se cada tivesse contribuiudo com um pedaço. Isso era comum, o grupo proteger o indivíduo. Certa vez faltou luz, foi uma algazarra na formatura de revista das 19 horas. Quando voltou a luz, um superior perguntou para o pelotão em forma....quem estava gritando fazendo baderna?...Instintivamente todos levantaram os braços, Ele obviamente não anotou ninguém.
      Aqui estou seguindo três tendências: escrever sobre a experiência da adoção, escrever sobre a experiência de ser casado com uma bipolar e agora os casos engraçados que permeiam minhas lembranças. As vezes também um desabafo de um cidadão indignado.