terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Feliz 2011 !!!

Indo para o Rio passar final de ano com pais e sogros (!!!!!!)....muitas coisas para escrever...mas...corrido demais...FELIZ 2011 para todos!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Casado com bipolar: pegando carona no brinquedo

Hoje já acordei lutando contra uma "miragem". Os sentimentos são reais...as causas vão sumir como surgiram...mas a alegria não acompanha a razão. A razão me possibilita não parar, continuar a digitar, resolver, despachar e até a incentivar subordinados com problemas. Mas estou incapacitado em incentivar meu próprio sorriso. Consigo enxergar as situações com clareza, mas sem tons coloridos, apenas escalas de cinza. A razão me possibilita não reagir de forma compatível aos impulsos que domino dentro de mim: agredir com palavras, desaparecer, dormir ou dar uma porrada. A certeza de que mais tarde o sol vai brilhar, me dá esperança, mas até a esperança eu controlo, para me manter sereno e não perdê-la. Pareço estar pegando carona na montanha russa...carrinho desce...lá estou indo junto despencando. Repentinamente o carrinho sai da montanha russa e entra em outro brinquedo, um animado. Dama me comparou a um guerreiro...a história mostra que os guerreiros sempre possuem uma fraqueza: as vezes acreditam muito em si mesmos, as vezes acreditam cegamente em alguém, caem em armadilhas do próprio coração, e uma lista de outras fraquezas. A Carla falou de eu ter conseguido o equilíbrio...me sinto hoje o equilibrista na corda bamba ...estou conseguindo...mas um erro...e queda livre. Que brinquedo ainda vou entrar hoje? Estou aqui escrevendo...não era uma oração...mas foi atendida....acabo de receber torpedo da filha ..."Mamy levantou e está bem humorada"...mas até o alívio da notícia quero controlar. A gente perde muito tempo tentando controlar...se eu pudesse...só entrava naqueles brinquedos de shopping...que balança pra frente e para trás...para crianças de 4 anos.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Casado com bipolar: papel do companheiro.

       Estou em período atribulado na eterna briga tempo versus tarefas, mas cada vez que vejo um novo seguidor e palavras motivadoras como a do Will, fico ansioso em escrever. Acho que este assunto é muito aberto e devo voltar a falar mais dele sugerindo alguma dica prática. Tudo que leio, escuto e vejo, quando não consigo enxergar aplicação prática, se torna alvo de um lado meu mais crítico, tornando-me até impulsivo nas palavras, o que normalmente não sou.
        Certa vez, tínhamos um compromisso, um aniversário. Esposa deitada e eu disse: está na hora de nos arrumarmos. Saí do quarto e voltei pra ver reação...ela continuou deitada. Meu primeiro sentimento foi de irritação, a mesma cena mudando apenas o cenário. A vontade era falar "umas verdades", despejar minha frustração porque as "verdades" as vezes são expectativas frustradas que depositamos sobre o outro. Insisti sobre o horário ela respondeu que não estava com vontade de ver ninguém, falar com ninguém, queria ficar em casa. Então, entrou em ação o terapeuta cognitivo. Perguntei: por que você não quer ir? ...resposta: não estou bem, não sei que roupa colocar. Abri o armário e tirei um vestido...."olha como você ficaria bonita nesse?"..."nesse outro também"..."olha esse aqui, você não o coloca faz tempo"...ela disse: não arrumei o cabelo..."mas seu cabelo é só passar a mão, gosto dele assim natural"...ela novamente: não fiz a unha...."ah ! Mas ela arrumadinha, unha de mulher ocupada, passa um brilho"...a conexão foi feita...ela estava pensando e saí do quarto...assim que voltei encontrei outra mulher...vestida (e linda)...passando mão no cabelo...animada e pronta para sair...isso é o que a psicologia chama de terapia cognitiva.
          Esposa depois de uma crise, confessou que ela se sentiu psicologicamente "dominada" quando a segurei pelas duas mãos juntas, como se estivessem algemadas a frente do corpo e mandei-a parar. Então, quando ela começa a extrapolar, faço isso, surte um efeito imediato. Não sei que papel eu assumo nesta hora, talvez de um enfermeiro pronto a colocar uma camisa de força...rs.
           A verdade é que deveríamos apenas ser os esposos, maridos: firmes, assumindo nossas responsabilidades no processo decisório. Já é comum o homem ceder diante da insistência da esposa e depois não assumir sua responsabilidade, atribuir a culpa da má decisão (normalmente financeira) a esposa. Ceder com uma bipolar é bem mais arriscado, porque elas possuem dia do sim e dia do não. Hoje é sim....amanhã é não. Hoje ela quer fazer um curso pra ganhar dinheiro, amanhã depois de pago a matrícula, ela descobre todos os pontos negativos da decisão que você, marido, já sabia, mas preferiu algum momento de paz.
            Minha filha cresceu em período tumultuado da doença, fui exigente como pai e percebo isso com novo filho, o filho do coração. Ele deu uma estressada na esposa, não fui tão rigoroso, esposa e filha logo notaram, consegui não entrar na pilha emocional e fazer como deveria, com mais equilíbrio. Este talvez seja o papel mais difícil do casado com bipolar, ser um pai. Nos preocupamos em cuidar da esposa para que ela fique "bem" e com isso, consigamos garantir um ambiente tranquilo para nós e filho(a). Há um risco nesse processo de adultizarmos o filho para reduzir estresse que afeta esposa.
             As vezes queremos proteger o filho da mãe (sem duplo sentido).Que papel será este?. Mas passamos bastante tempo tentando proteger esposa de tudo. Na verdade acho que estamos nos protegendo e  sem percebermos estamos criando uma relação familiar estranha...nem sei como concluir...rs...então...continuo outra hora.
       

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Casado com bipolar: mais informação.

Minha esposa é bipolar. Das crises mais contundentes, três foram marcantes. Porque precisou de internação em clínica psquiátrica, porque necessitou de medicamentos pesados que a deixaram inoperante e também pelos sintomas semelhantes à esquizofrenia. Foram surtos psicóticos, que depois de 40 dias de medicamento em alta dose, a fez mergulhar em depressão. Até encontrar o equilíbrio, demora uns 2 meses, se chegar ao ponto que chegou. Não é normal alguém fazer propaganda que é doente, o normal e se fechar. Há muito preconceito, a pessoa é vitimizada (desconfortável quando o doente sai da crise)e o doente não pode dar uma aloprada como qualquer outra pessoa, porque já acham que é crise. Ou seja, o bipolar fora da crise não tem direito a ser normal. Na última crise, esposa foi internada no Natal, passou a ceia sob calmantes, sendo que logo na entrada foi necessário ser amarrada a cama. Nenhuma pessoa que tenha passado por isso faz propaganda. No trabalho só vi pessoas muito espertas querendo aposentadoria, alegando problema psiquiátrico, fora isso, uma pessoa que se coloca como doente mental, não é muito normal. Minha esposa quase se levantou em um jantar, no momento que uma autoridade fez comentário depreciativo usando a frase "maníaco depressivo", que hoje é chamado de bipolar. Precisei segurá-la na cadeira e consegui convencê-la de que as pessoas são assim, que ela mesma se não tivesse a doença faria piada. Em casa fazemos piada, que só tem pirado em nossa casa, cão, empregada, etc. Mas isso é um processo que já dura cerca de 14 anos de auto-conhecimento. Já houve época que ela levantava a língua para eu verificar se ela havia tomado o medicamento. Já se passaram mais de 5 anos sem internação, e eu sempre fui o carrasco da decisão...e é dolorido demais passar por isso. Atualmente ela feliz com tratamento, porque conseguiu encontrar a medicação que a permite "viver" sem passar  dia sonolenta, que não tira dela o desejo de sexo e o prazer ao realizá-lo, que não a engorda os 10 Kg que ganhou no início do tratamento. Quando ela reclama do medicamento que toma diariamente, que as vezes a faz dormir cedo, e usa um possível abandôno do tratamento como retaliação por alguma insatisfação, digo a ela para ficar tranquila, pois não será internada...eu simplesmente saio de cena. Sei que ela é forte e frágil, sei que é vítima, mas também manipuladora. Aliás, todos somos um pouco, e usamos a manipulação com as armas que aprendemos, o problema que o doente mental, a usa de forma mais doentia. Tenho sempre que ser alerta e firme. As vezes me vejo fazendo piadas sobre psiquiátra, e infelizmente, tento me policiar, mas é uma forma social de manifestar nosso preconceito e incompreensão. E eu sou um "doutor" no assunto. É que o ser humano sempre fala do outros, então melhor fazer piada do que falar mal. Pra terminar, esposa as vezes reclama de alguém e diz "fulana é amiga da onça" ... eu digo a ela..."e você é a onça". Só fazendo piada, como uma blogueira chamada Ana, que é bipolar...que está engatiando na doença...mas transformando suas crises em uma comédia...melhor que revistinha em quadrinhos.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Casado com bipolar: um dia sem sorriso.

Hoje não sorri...como me é comum. Maior parte do dia distante, esposa percebeu no jantar, ela até parou de comer e comentou: você não está aqui e não quis mais comer. Não quis agredí-la com indiferença, mas foi inevitável. Depois de escrever último post, chamei para sair, fiz como uma dívida para com a família, não porque realmente queria, talvez porque seria melhor todos se distrairem do que ficarmos em casa pensando no ontem...e eu ficaria um poço de mal humor e indiferença, calado dentro do meu castelo, com fosso cheio de crocodilos. Amanhã vai ser dia de conversa....Mas voltando à doença...uma doença psquiátrica é como avistar alguém de longe. Você no início sabe que é alguém. A medida que vai se aproximando, dá para identificar se é homem ou mulher. Aos poucos vai percebendo os detalhes da roupa e demais detalhes. E cada caso é um caso, é tentativa e erro...mas existem pontos comuns: compulsão (jogo, sexo, gastos, bebida), inteligência acima da média, gostam de se destacar, empreendedores, jeito para artes e decorações, cheios de manias, perfeccionistas, auto-exigentes, não sabem receber críticas, impulsivos e outras características que não lembro agora. Já li que as grandes descobertas e empreendimentos, foram conduzidos por bipolares, ou seja, muito do que temos hoje de modernidade é fruto dessa loucura. Mudando de assunto, segunda outra empregada, digo, faxineira. Esposa não aguentaria alguém todo dia. Esta faxineira é pirada, só assim para dar certo aqui.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Casado com bipolar: uma equação matemática

Vou aproveitar um comentário deixado no último post, pela Di: "Quando alguma coisa muda na nossa rotina muito drasticamente pode ser que a dose e os remedios que se tomava ate ali deixem de ter o efeito desejado. Na hora que voce muda os fatores da equação o resultado muda tambem. E nessas horas devemos ponderar e considerar se não devemos mexer em alguma coisa [...]"(DI, 2010)...rsrs...cacuete de quem está escrevendo monografia. Quando decidi pela adoção, apesar da campanha das duas aqui em casa para isto, sabia que a equação deixaria de ser de primeiro grau para segundo. Se já não bastasse a introdução da nova variável, logo na segunda semana, sogros vieram passar uma semana, níver de espósa. Eles são sempre uma variável enlouquecedora, daquelas equações para ser resolvida por um cara da NASA. Com eles, você consegue chegar à Lua. E por fim, esta monografia, que está me exigindo dedicação, deixei praticamente esposa sozinha na adaptação do filho em casa. Ontem, brigamos porque passei final da tarde no telefone resolvendo a situação de um subtenente, cujo pai estava no corredor de um hospital com grave insuficiência respiratória. Mandei médico, mandei assesssora jurídica, fiz gestão para ligação com secretária de saúde, mandei pessoal fardado no hospital. No final, não tinha vaga mesmo, sem aparelho disponível, mas hospital deu uma satisfação ao invés de simplesmente deixar aquele senhor no meio do corredor. Foi registrado queixa contra o hospital (que era obrigado a receber o paciente) e o subtenente internou  o pai em um hospital particular, e com certeza terá problemas com a conta no final. Mas daí vamos orientar na parte jurídica, inclusive, entrar na justiça contra o município se for caso. Tínhamos um jantar, esposa estava estressada porque coloco trabalho em primeiro lugar, e coloco mesmo. Se eu não fizesse aquilo, não teria outra pessoa, este é ônus da responsabilidade, do cargo. Todo militar deve pensar em seu subordinado antes de si mesmo, é básico na liderança. Esposa sabe disso, mas ontem, sua equação, aliás, este mês, sua equação não está equilibrada. Não fomos ao jantar e brigamos. Hoje para esposa parece que nada aconteceu, eu acordei tarde parecendo de porre. Porque matemática as vezes é um porre mesmo.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Casado com bipolar: primeiras iformações sobre a doença

Durante a gravidez, esposa confidenciou à mãe que eu tinha uma amante, e que esta estava fazendo macumba contra ela. Na saída do hospital, após o parto, djuntor do quarto caiu enquanto ela no banho, levou uma ducha de água fria. Esposa confidenciou à mãe que eu tentei matá-la com um banho frio. Após nascer nossa filha, ela que já era perfeccionista levava isso aos extremos, algo sobrehumano. Não descansava, só dormia quando desmaiando. Até que um dia cheguei do trabalho e descobri que nós estavamos indo para a casa deles, dos sogros. Lá foi a primeira crise...três dias...até a levamos ao hospital. Apenas alguns calmantes, algo leve, três dias dormindo no hospital, ela voltou aperentemente normal...apesar de toda orientação médica, não tive apoio em levá-la ao psquiátra, na verdade sogros estavam desconfiados de mim...eu era o culpado...filha casou "sadia"...isto surgiu depois, então seria muito pesado para eles admitirem...como se isto estivesse atrelado a uma culpa pela doença. Um mês depois outra pequena crise, então iniciado tratamento como depressão grave permeada por um leve quadro psicótico. Ela firmou no tratamento...o médico ela achava um gato...rs...Durante aquela segunda crise...um amigo e pastor...ficou praticamente uma semana como meu motorista...pois eu exausto. Na verdade ele aproveitava para conversar, eu estava cercado de hostilidades...calado. Ele perguntou: você disposto a cuidar dela por toda a sua vida? Achei aquela pergunta fora de situação e de pronto, respondi que sim. Uns dois meses depois, entrei na sala dele acabdo emocionalmente, chorando...eu estava sofrendo os primeiros sinais de fraqueza. Então ele disse...vou lhe fazer uma pergunta que você respondeu sob o primerio impacto da doença, respondeu com a emoção, você disposto a cuidar dela a vida toda? Então só pude chorar, era uma luta dentro de mim. Percebi que já não tinha a mesma certeza, e que eu tinha que tomar uma decisão, e isto seria uma pergunta que me faço até hoje.
Ao começar a ler sobre a doença, fui percebendo que ela já tinha o perfil mesmo antes do surto, na verdade o surto é uma manifestação exagerada, a verdadeira loucura, da doença que estava ali presente, conhecido por hipomania, a fase psicótica e maníaca está presente, mas de uma forma camuflada, que parece "temperamental", "perfeccionista", "briguenta", etc. Minha esposa nas crises apresenta a mesma intensidade de uma esquizofrenia. E para quem não sabe a diferença, didaticamente eu digo que a esquizofrenia a pessoa vai indo cada vez mais para perto da loucura. O bipolar...ele vai e volta...e quando volta...nem parece que foi. Mas tudo que foi imaginário, os delírios, etc, ficam registrados como "verdade" no cérebro, em uma gaveta esquecida. Então quando surge novo surto, aquela gaveta é reaberta, e volta tudo como se fosse verdade. Mas como é isso? A mente possui a LIBIDO, o EGO e ALTEREGO. A LIBIDO é o desejo sexual, o desejo de realizar, é que faz a pessoa empreender, buscar o prazer, a compra, o consumo, o sexo, etc. Uma pessoa normal possui um filtro, que encontra coerencia ou não entre o que se deseja, ou se imagina, etc, com a realidade, este é o ALTEREGO. Na fase maníaca, psicótica, ela não funciona. Então, todo pensamento, por mais louco e ilógico, é uma verdade, seja escutada, vista ou imaginada, as vezes sentida, como uma dor real sem que ela exista (mas a dor psicosomática é sentida, você sente a dor da agulha entrando no corpo sem que a agulha exista). Bom, por hoje é só. Meu dia não terminou bem, sem bom humor hoje, sem piada sem graça.

Casado com bipolar: antecedentes.

Eu ... de um lar sem sobressaltos...estável emocionalmente...pais pacientes..pai organizado...mãe farofeira alegre...filho certinho...nunca apanhei...mas já corri do pai algumas vezes...rs...uma vida sem conhecer problemas...nada marcante.
Esposa...pais cheios de traumas infantis...histórico de suicídio do lado paterno...pai estourado e mãe espoleta que provoca explosão do pai (aquela mãe que o pai chega e ela enche a cabeça dele até ele bater com cinta...daí ela sai de boazinha tentando acalmar o pai...e quem leva a culpa por deixar pai nervoso são os filhos) ...isolados de família...inicialmente simpáticos...alegres...até aprofundar amizade...daí vira...desconfiança, grosseria, etc...sem amigos que frequentem a casa.
 Após casar, pais dela sempre intervindo, até minha filha nascer...daí institivamente a paternidade me fez amadurecer e assumir a rédea...mas parecia que eu estava me rebelando contra o sistema. Esposa não conseguia se rebelar, mas reclamava para mim...eu tinha que tomar a atitude...pôr o limite...conclusão...logo após nascer a filha...esposa ficou 3 dias sem comer...sem beber...deitada. Quem era o culpado:eu...Mas um médico amigo da família...me alertou: todos surtando... e disse tudo o que aconteceria...comecei a ler...conversar com todos os médicos de plantão durante primeira internação. Descobri que eu era o responsável...eu poderia cuidar da minha vida...e largar esposa e filha nas mãos daquela gente...ou....sofrer toda represália e cuidar delas. Próximo post conto sobre como aprendi a entender a doença.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Casado com bipolar: introdução

Prometi escrever sobre minha experiência de casado com bipolar, tem até marido esperando. Esperar ter tempo, este sempre será escasso. Então começarei vagarosamente e quando puder acelero. Dentro da minha profissão, as decisões perfeitas as vezes são paralizantes e isto pode custar vidas, então melhor decisões rápidas, flexíveis, adaptadas, as vezes incompletas, mas OPORTUNAS. Nesta introdução, começo dizendo que são cerca de vinte anos de convívio, alguns foram longos períodos dentro da trincheira escondido, atordoado por explosões seguidas por todos os lados. Mas há a fé, de um "comandante" tomando conta de tudo, uma companheira de trincheira que aparecia do nada, assim como sumia (quando ela fora era quando a artilharia inimiga bombardeava, eu desconfio que essa companheira de trincheira é quem dava os tiros) e que o comandante sempre mandava um capelão, ou padioleiro, ou outro mensageiro, na minha trincheira levar comida ou consolo na hora certa. Quando a companheira está dentro da trincheira, ela luta bravamente, é um agente duplo, é boa dos dois lados, pra lutar junto e para mirar o canhão. Mas como já li, tudo passa, o que está muito ruim passa, e o que está muito bom também passa. Hoje posso dizer que a guerra é insurgente, uma guerrilha, em que os ataques são eventuais e muitas vezes me pega despreparado, de surpresa. O psicológico deve estar sempre em alerta, pois alguns passos errados, e o terreno conquistado pode ser perdido e não estou, acho eu, com forças para trincheira novamente. Mas sempre a fé surpreende. E sempre é bom uma pá do lado, serve para cavar trincheira ou quem sabe ... rs

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Desconfigurei a monografia e outras coisas

Eu havia "acabado de acabar" a monografia ...e cliquei algo aqui...desconfigurou tudo...rsrsrsrsrsrsr..e tenho um trabalho da pós pra enviar amanhã...nem abri a apostila....esta matéria vou estudar depois nas férias...já consegui um trabalho...primeira vez na vida que vou colar...rs ... minha situação me faz lembrar algo legal pra contar pra vocês...meu filho do coração pediu para fazer cocô ... é correlação direta entre os assuntos ... a minha situação só falta alguém dar a descarga. Mas voltando ao meu filho...ele fez o primeiro dia cocô no vaso...ganhou chocolate...algumas horas depois...pediu pra ir novamente...comentei pra esposa e filha...ele está tão motivado em ganhar o chocolate...que agora deve estar fazendo força pra fazer cocô mais vezes. Hoje ele foi na piscina...primeira aula de natação...não teve medo...foi tudo bem. Em casa tudo bem...não é sempre que esposa vira o humor. Já houve vezes em que fui hostilizado uns três meses quase todos os dias. Mas este ano...alguns momentos... as vezes um dia ... é que estes momentos quando ocorrem são desagradáveis demais...só dando descarga...esta foi a piadinha sem graça saideira.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Bipolar na TPM

Esposa na TPM...e as vezes fico na dúvida se ela não fica o mês todo. Acho que a TPM potencializa a bipolaridade. Tipo...durante período fora da TPM ela tem vontade de esganar o pescoço de alguém ... na TPM ... ela pensa em esganar o meu ... eu canalizo todas os pescoços que ela não conseguiu durante o mês.
As vezes sobra para a empregada também...mas como ela depende desta criatura...sobra novamente meu pescoço. Pior é quando na TPM ela não dorme. Como escrevi no blog da Ana (que perguntou sobre como é estar do outro lado), quando perco a calma e a trato mal, ela me repreende...eu fico olhando...as vezes eu lembro a ela que eu também tenho direito ao meu momento bipolar...se meu poodle pirado tem o direito de morder o calcanhar do garoto que vem tratar a piscina...também posso ter meu momento. O problema é que eu não posso perder a calma...desanimar...porque desanda o bolo aqui em casa. Mas hoje foi um dia bom...até provoquei esposa dizendo que conversei com a dentista novamente hoje...e ela só pensou....não falou nada. Ontem no jantar ela disse rindo: gente, estou na TPM!!!!...disse depois...a TPM me deixa louca...continuei comendo e complementei sem olhar para ela e rindo .... se fosse só você...deixa todos a seu redor loucos...a filha balançou cabeça concordando...Mais tarde eu digitando a monografia....esposa acorda com um pesadelo (eu a abandonava) ... tive que parar tudo e ficar com ela até eu dormir. Digo eu...porque não lembro de muita coisa depois de deitar e abraçá-la ... Hoje acordei bem, preparei um bom café para ela e continuei minha monografia ... o dia hoje foi muito bom....quero dizer...ainda está muito bom...rs.

Viver com uma bipolar

 Ana deixou este comentário abaixo em um post ... então ... vou começar por etapas...e vou começar por ontem.
 
"Você convive com alguma mulher bipolar?
Como vc se sente?
Sou bipolar e meu ex me abandonou por não conseguir viver na montanha russa da minha doença, no mesmo dia em que tive o diagnostico ele arrumou as coisas dele e voltou pra casa da mãe, isso me fez pensar que talvez não existam homens que consigam conviver com uma mulher bipolar.
Gostaria de saber como é viver com um bipolar.
Abraço"

 Meu dia começou animado, cheio de expectativas, com muitas responsabilidades, nenhuma instabilidade em casa. Pela manhã, assinei, orientei, fiz reuniões rápidas, tudo como se estivesse em uma corrida ... na verdade é uma corrida contra o tempo ... e então lembrei que esposa iria fazer tratamento odontológico dentro do posto de saúde do meu batalhão. Já tinha conversado com uma dentista sobre sua prorrogação de tempo de serviço e ela relatou algumas dificuldades em continuar. Entrei na área da odonto e perguntei àquela dentista: minha esposa veio?...perguntei à outra e resposta também negativa...e vi de costas esposa conversando com a primeira que eu havia perguntado...(e conversado sobre sua permanência). Ingenuamente, eu disse à dentista todo sorridente...conta pra minha esposa o sufoco que você está passando? Depois de dar um beijo na esposa ...logo saí...para outra reunião. No almoço...cheguei em casa..alegre...e fui pego desarmado com comentário da esposa sobre minha "intimidade" com as dentistas. A noite, filho do coração fez uma pirraça mediana ... esposa ficou irritada além do normal...queria me deixar...e o novo filho se tornou o empeçilho...fui dormir em outra cama...esposa sem conversa...queria que eu devolvesse o filho neste final de semana. Ontem...eu fiquei na merda...nocalteado...mas...estava convicto de uma coisa...ele se tornou meu filho...e se tivesse que escolher...não faria ele passar por esta rejeição. Eu quando o adotei sabia destes riscos da esposa desestabilizar...e falei com filha sobre isso na época. Antes de dormirmos...sentei filha na cama e disse para ambas..."tudo previsível"...amanhã todos estaremos descansados. Depois....consegui me revestir de algo superior a mim...deitei na cama e abracei esposa...ela correspondeu...mas ainda com sentimentos agressivos...chorou...parecia uma luta interna entre duas pessoas...eu a Força de Paz do Haiti tentando ajudar a por ordem naquela mulher perdida como uma criança. Acordei hoje....prostrado...sugado...deprimido....mas me levantei do sofá em que fiquei alguns minutos pensando em nada, depois de colocar a farda...levei filha na escola...comprei pão...voltei em casa...liguei para meu superior e disse...preciso ficar em casa hoje e amanhã. Esposa acordou deprimida....não mais agressiva...estava chorando...com sentimento de culpa...Fui ao trabalho verificar pendências...voltei...esposa alegre...dando banho no filho....feliz....Filho evacuou pela primeira vez no vaso sanitário e não na cueca ou fralda. Esposa fez uma festa...cantou...pulou...ele ficou inerte...olhou para o chão...olhou para ela e perguntou...mamãe não está brava? (por causa do dia anterior)...ela respondeu que não..então ele comemorou também...eles foram ao parquinho e eu fiquei em casa...aproveitando a dispensa para me recuperar...e atacar monografia atrasada. Hoje...antes de dormir...dei um beijo na filha e disse sobre como dia terminara diferente...terminamos dia orando na cama de nosso filho...eu ainda não baixei a guarda...o pior é quando sou pego desprevenido...hoje foi um dia feliz...por isso viver um dia de cada vez.

domingo, 28 de novembro de 2010

Jesus, o maior psicólogo que já existiu

 Releio este livro e achei interessante pelos assuntos que vejo nos blogs. O autor é psicólogo e teólogo. São pequenos trechos transcritos ou resumidos, uma parte pequena do livro. Acho que pode ser útil.

“Examinando algumas das principais parábolas da Bíblia à luz do pensamento psicológico contemporâneo, Mark Baker foi capaz de extrair novos significados do conhecimento científico...As psicologias atuais nos permitem perceber que o fato de Jesus compreender tão profundamente as pessoas fazia com que elas quisessem ouvi-lo”

“E não lhes falava nada a não ser em parábolas” (Marcos 4:34)
Nossas decisões são tomadas inicialmente em razão do que sentimos ou acreditamos. Só depois racionalizamos para justificar nossas escolhas. Jesus usava parábolas para que as pessoas lidassem com as crenças e não com raciocínios lógicos. Ensinava valores absolutos por meio de métodos relativos. Ao ensinar por meio de parábolas não se mostrava superior, se nivelava aos ouvintes, que se identificavam na simplicidade das parábolas. Compreendia a forma de aprender das pessoas, que a compreensão das pessoas ocorre dentro da perspectiva de cada um. A parábola é um história que ajuda a compreender a realidade, cada pessoa extrai dela as verdades que é capaz de entender e aplicar na própria vida. A medida que uma pessoa cresce e evolui, revendo a mesma parábola descobrirá novos significados. Por exemplo, uma pessoa que passa por dificuldades ou momento de dor emocional, por intermédio de uma parábola, uma história na qual se identifique, pode passar a enxergar este momento de outra maneira, mais resignada. Uma parábola não altera os fatos da vida, mas torna o processo de dificuldade mais compreensível e tolerável. “Prinjcípio espiritual: só podemos entender as coisas a partir da nossa perspectiva.”

“Eu sou o conhecimento, a verdade e a vida” João 14:6
Outra característica na forma didática de Jesus, ele atraía as pessoas por meio das parábolas e estabelecia relacionamentos. A mais elevada forma de conhecimento emerge do relacionamento em que existe confiança mútua, e não de grandes quantidades de informação, porque isto tira a concentração do que se pensa sobre um assunto ou fato e concentra no que sente a respeito. Um relacionamento nos faz explorar áreas de nossa vida que não conhecíamos. Então, mais do que os conselhos recebidos em uma relação, o relacionamento por ele mesmo nos conduz a um entendimento mais profundo sobre nós mesmos. “Princípio espiritual: aprendemos as verdades mais profundas por meio dos nossos relaciomentos”.

“A sabedoria é demonstrada pelas suas ações”(Mateus 11:19)
As pessoas valorizam demais a objetividade. Quando uma esposa demonstra insegurança ou quer falar dos seus temores “sem causas objetivas”, é comum o esposo se irritar e ficar incompreensível apontando todos os motivos que não justificam estes temores. Na verdade, no relacionamento, quando se compartilha temores e inseguranças não se deseja que o outro os elimine. Deseja-se apenas se sentir mais próximo. “Princípio espiritual: busquem mais a sabedoria do que o conhecimento.”

“Não condeneis e não sereis condenados” Lucas 6:37
“Jesus advertiu das armadilhas que encontramos ao julgar os outros. Ele sabia que nossos julgamentos se baseiam em informações distorcidas por nosso modo de ser e que não correspondem necessariamente à realidade. Precisamos acreditar que sabemos a verdade completa a respeito das coisas e das pessoas para nos sentirmos seguros, achando que dominamos completamente a situação e que nada novo virá nos perturbar. Esse temor do desconhecido é a base da intolerância. Ele nos leva a julgar e rotular pessoas e coisas. Quando sentimos esse tipo de medo, condenamos o que não compreendemos. “Princípio espiritual: ao julgar os outros, nós nos condenamos.”

“Deus não enviou seu Filho ao mundo para condenar o mundo” João 3:17
Deus não quer que as pessoas se sintam mal a respeito de si mesmas, mas que se sintam amadas. “Jesus sabia que é saudável nos sentirmos às vezes culpados para podermos reparar nossas faltas e aprender com elas, mas que a autocondenação resulta na crença de que sermos maus é um fato absoluto que não pode ser mudado. A autocondenação não é humildade, é humilhação. Jesus queria que as pessoas se livrassem da condenação e não que ficassem presas a ela. Princípio espiritual: a autocondenação envolve a crença em uma mentira a respeito de nós mesmos.”

“Se alguém te ferir na face direita, oferece também a outra” Mateus 5:39
Passividade e humildade não são sinônimos. A verdadeira humildade exige confiança em si mesmo. Para ser humilde você precisa saber quem é e escolher servir os outros. Não se trata da modéstia causada pela insegurança, mas dar importância a outra pessoa sem nos considerarmos diminuídos. Passividade é resultante do medo, humildade é resultante do amor. Se as pessoas atacarem você por ódio, procure amá-las até a morte, Jesus fez isto literalmente. “Princípio espiritual: a humildade é a força sob controle.”

“Do ponto de vista psicológico, encarar as pessoas simplesmente como boas ou más é muito simplista. Talvez seja mais fácil pensar assim porque, ao rotular os outros, sabemos em quem confiar e quem evitar...A parábola do bom samaritano fala de pessoas boas e más. Jesus explica a diferença entre os dois tipos em função do relacionamento que estabeleceram com o homem ferido. Jesus não falava que eram boas ou más essencialmente” (mas naquele momento se relacionaram como pessoas boas ou más). Ele conhecia profundamente a natureza humana e por isso pode nos ajudar hoje a compreender o comportamento dos outros e o nosso. Dentro de nós existe o ladrão, o sacerdote e o bom samaritano.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Miragem no Deserto

Hoje foi um dia produtivo no trabalho. Consegui atingir objetivos buscado por mais de oito meses, consegui remanejar pessoas de funções delicadas e materialidade para instaurar um processo administrativo contra servidor favorecido em licitação. Estou conseguindo me cercar de pessoas de confiança e ganhar a confiança e aglutinar esforço dos "bons" contra os "maus". Foi uma manobra desenvolvida sorrateiramente, cuja "degola" foi hoje, de quase todos. Mas em casa...se já não bastasse a angústia da monografia que preciso entregar amanhã, não consigo nem me concentrar. Não sei que sentimento assola esposa...se um sentimento BI ou POLAR....sou vítima e vilão...preciso me preocupar com meu problema...mas pareço um negligente quanto ao estado da esposa. Não consigo resolver um e nem o outro. Minha vontade é sumir, fugir, mas agora tenho este espaço para esvair minha raiva, meu sentimento de culpa, minha incapacidade, algo que não sei o que é e que logo vai desaparecer como uma "miragem no deserto". Parece que é real...mas não é...e me faz agir como se fosse. Não adianta correr na direção dela ou fugir...

domingo, 21 de novembro de 2010

Sem novela mexicana

Para quem leu a ultima postagem, não terminou em novela mexicana. Estou até sem raiva dos sogros, mas sei que preciso tomar uma atitude de por limites que até então ainda não havia feito. Na verdade me acomodei, já que eles moravam mais distantes. Eu me dava melhor com eles, morava a 2000 km, agora a distância é de cerca de 1000 km. Uma semana é limite de tempo de relação estável, isso porque só os vejo ao término do expediente, mas se ficasse em casa, seriam 3 dias. Parte da culpa não é deles, é minha, talvez quase toda ela, por ser muito passivo. Como a Dama de Cinzas escreveu em Confissões Ácidas, me permiti ser um refém deles. Eu poderia ter convidado que eles antecipassem o retorno que foi hoje, mas isso provocaria uma reação explosiva como se eles fossem as vítimas, os desrespeitados. Vou esperar baixar meus impulsos menos nobres e escrever uma mensagem via email, após dar conhecimento a esposa. Não o faria se isto não fosse para garantir a saúde de relacionamento de minha família, eu escolheria o caminho mais fácil, excluí-los. Mas enxergo nisso tudo um caminho para crescer, uma oportunidade de me tornar melhor (apesar de ainda não descartar a exclusão...rs). Conviver bem as vezes exige conflito, um conflito não deixa de ser saudável quando bem conduzido. É o que peço a Deus, não ser negligente pelo que me cabe, ter ética mesmo quando o "inimigo" usa outras armas. Não quero ser vítima e nem perseguidor.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Apenas um abraço

Meu Filho do Coração hoje ficou frustrado porque seus avós "sem coração" maternos fecharam porta na cara dele. Ele queria ir junto, apenas isso. E então inesperadamente ele se jogou no chão e entrou em "parafuso" emocional. Eu no fundo da casa escutei o que parecia uma "pirraça". De longe senti que esposa não estava sendo bem sucedida, foi surpreendida. Nosso filho ainda não havia se jogado ao chão daquele jeito...quanto aos avós...nem vou comentar...mas conseguiram surpreender também...apesar do currículo...rs. Acho que esposa ficou sem saber o que fazer, mais pela atitude dos pais do que pela "pirraça", ficou "paralizada" ... acho que com vontade de se jogar no chão também...quem sabe voltou ao passado. Quando cheguei na sala ... chamei-o...ele defensivamente esperando uma represália já esboçou que o tempo ia fechar mais...rs....esposa disse perplexa..."meus pais fecharam porta na cara dele" ... instintivamente me agachei e falei..."abraça o papai" ... a calma voltou entre soluços de choro abafados. Esposa é bipolar (mas trata e está "estável")...meu sogro sei que é também...mas ele não sabe disso...sogra, bem, esta é a espoleta que inicia o processo de loucura de meu sogro...até domingo...isto vai virar novela mexicana.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dedos entrelaçados

Todas as noites entrelaço meus dedos, aos dedinhos do Filho do Coração. Ele corresponde ao ato e fica olhando as mãos e mexendo os dedos, acho que está sendo o momento mais sincero do meu dia. Estou sem tempo, mas gostaria de compartilhar isso. Aliás parece que amizade verdadeira e amizade desandada está na pauta da semana. Então, acho que encontrei para a pauta da semana uma amizade sincera e que está "andando" ao invés de desandar. Estou tão cansado, tão preocupado, tão enrolado com minha monografia, trabalho e obrigações no trabalho, que estava sem inspiração. Na verdade, estava até questionando esta iniciação em blogar...rs. No final tudo dá certo...sei disso...no final Deus entrelaça seus dedos aos meus.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

EU QUERO ...

Tive a experiência de conhecer no passado, quase ao mesmo tempo, famílias com filhos adotados, e não eram casais impossibilitados de gerar filhos. O ambiente era favorável, atrativo, mas do achar “lindo” para integrar este time, foi um processo repleto de incertezas.
Eu o único usando a razão (dominando o coração) e isso já faz a diferença. Mais jovem, talvez até os 30 anos, a balança pesaria para o coração sem vacilar. E aos 17, a razão nem faria parte do processo decisório, haveria apenas a fé e os ideais.
Dentro de casa, fui a última resistência ... e resisti com certa convicção...depois da várias negativas...depois de por um tempo sairmos da fila sem explicações e esposa passar o dia arrasada ao tomar conhecimento, enquanto eu solidariamente a consolava totalmente aliviado por dentro...agora...tenho um filho do coração.
Cheguei também a dar uma negativa no caso dele por email, mas a incerteza me rodeou desta vez a favor. E no dia seguinte, após ligar e tirar dúvidas sobre uma seqüelas de um nascimento prematuro e de uma hidrocefalia de gestação (que estabilizou após o parto quando foi realizada drenagem)...após escutar o que meu filho havia superado nascendo em uma família viciada em drogas, sendo recolhido quase aos dois anos se arrastando e sem falar, sem qualquer tratamento, meus receios se tornaram um projeto: dar as condições de que ele pudesse  voar mais alto, dar prosseguimento à evolução que já alcançou, pois o recebi falando, cantando, sorrindo e caminhando com algum desequilíbrio. Imaginei transformando ele em um atleta, enquanto conversava com o médico, um nadador, um corredor, uma mente brilhante, um homem com honra...o pai foi nascendo durante a ligação. Uma luta interna com o comodismo, com o conforto, com o pouco tempo livre para minhas satisfações pessoais, com os compromissos de estudos ... algo superior a tudo isso tomou conta da minha razão.
Estamos tendo uma semana cheia de ensinamentos. Na necessidade de arranjar tempo para ficar sentado ao lado da cama segurando sua mãozinha enquanto dormia, depois senti que estava deixando de fazer o mesmo pela filha de 14 anos...e fui sentar no sofá e deitá-la no colo e acariciar seu cabelo..e conversarmos antes dela deitar.
Ela, a filha, aproveitei seus momentos de ciúmes...hoje no caminho escola-casa...para ser pai. Ela contou sobre a forma estranha como uma amiga estava se comportando por ciúmes de outra nova amizade que minha filha fazendo. Eu disse é normal, você deve relevar, ela é bem mais nova que você, vai amadurecer. A filha fez comentário jocoso sobre a infantilidade da amiga. Eu confirmei...é verdade...é como se você estivesse com ciúmes de seu irmãzinho....filha sorriu entendo a armadilha...depois completei...só conseguimos entender os outros quando conseguimos entender a nós mesmos.
Meu plano agora, é montar minha coleção de carrinhos de metais que sempre quis ter, que não fez falta, mas agora .....  eu quero...aliás o que ele mais fala... eu quero. Ele repetiu isso toda vez que alguém perguntava sobre sair da instituição onde estava e sair conosco...”Eu quero”.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Desafios quando vencidos sozinho deixam ego nas alturas, mas quando vencidos "junto com", em que nos sentimos fazendo parte de uma equipe, é o prazer perfeito da conquista, mais do que o ego, alimenta a alma.
Usei parte do meu perfil para primeira publicação. Primeiro porque é o que mais tenho vivido ou tentado atualmente e  segundo porque estou ferrado trabalhando a esta hora, cheio de coisa pra fazer e querendo começar logo. Assim não preciso pensar, plageando a mim mesmo.