terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Filhos

      Domingo, filho do coração de quase 4 anos estava apertando a mão de pessoas que nos estavam sendo apresentadas. Ao chegar justamente em um garoto que trabalha comigo, negro, ele recolheu a mão. Então disse a ele..."cumprimenta o tio, aperta a mão do tio"... ele o fez, mas imediatamente ficou passando a mão na outra como se a estivesse limpando. Chamei meu filho e perguntei porque havia feito aquilo e ele respondeu o que eu já esperava...."ele marrom, preto, sujo". Meu filho é pardo, deveria ter parentes negros até ser recolhido à instituição para adoção com 1 ano e meio. Viveu em uma instituição por 2 anos, onde certamente haviam crianças ou funcionários negros. Achei estranho o comportamento.Conversei com o garoto que ele havia discriminado e pedi que ele insistisse na abordagem de meu filho, para me ajudar a desfazer este sentimento. Depois estavam os dois brincando e o garoto jogando meu filho para o alto com os braços. Pelo menos com ele foi quebrada a barreira, mas imagino que o processo apenas iniciou e que outras surpresas futuras estão reservadas.
       Ontem foi o primeiro dia dele na escola. Filha o acompanhou e disse..."ele já é o queridinho das professoras...ele é sempre é o queridinho". Então eu respondi debochadamente..."deixa de ser despeitada, aliás despeitada você não é né filha" (ela tem seios já bem desenvolvidos). Passou a fase crítica do ciúmes, mas foi algo acima do tolerável e que me desgastou. Uma blogueira que acompanho, a Grávida e Bipolar, escreveu sobre como ela se sente frustrada em não conseguir entender o significado do choro do filho récem nascido e perceber que não atende a necessidade dele, além de ficar irritada e se sentir culpada por isso. Deixei meu comentário lá...copiei a frase dela existente no texto, complementando que o sentimento dela é o mesmo que sinto com minha filha de quase 15 anos. Acho que acompanha alguns pais a vida toda.

Um comentário:

  1. Também acredito que alguns sentimentos não dão trégua aos pais, haveremos de levar para a vida toda essa eterna batalha entre razão e emoção.
    Um abraço

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