sábado, 19 de março de 2011

Baixando rotação

    Terceiro dia de férias. Depois de sessenta dias consegui concluir um inquérito, arrolando cinco pessoas e fiz o possível para dar "munição" ao ministério público. Este último mês foi desgastante, experiências novas e ruins, mas ficaram para trás com sabor de resolvidas, me sinto vazio por indignação que transformei em ação. Só quem leu posts anteriores talvez entenda o que estou expressando neste.
   Os primeiros 20 dias pouco renderam, retomei e praticamente nos últimos 2 dias, consegui o que precisava para terminar satisfeito. No meio disso, dentro do meu trabalho iniciou-se um boato pondo em dúvida minha idoneidade, nunca havia passado por isso e percebi como somos frágeis e expostos a levianos, no exercício da função. E quanto mais alta ou delicada a função, e delicada entenda-se pelos volume de recursos envolvidos, o boato parece mais verdadeiro. Como não consegui digerir, a coisa quase não acabou bem. Apesar de assessorado ao contrário, fiz uma grande acareação reunindo as possíveis fontes, cerca de 20 pessoas, e o resultado foi bom...mas uma manobra arriscada. Consegui manter o controle apesar de extremamente consternado, dei uma escorregadinha nas palavras e mencionei ao grupo que eu me sinto em um "batalhão de mariquinhas" (eu sabia que o fofoqueiro estava no meio deles, estava doido pra mandar esta). No final apareceu a fonte, mas como o boato foi dito sem presença de testemunha, ficou a palavra de um contra outro, como se tivesse sido tudo um grande mal entendido. No final reverti a situação, porque recebi retorno de pessoas de confiança e o companheiro ficou desmoralizado. Depois em um momento de doideira, já de saco cheio, mandei mais uma via net, nem sei onde estava com a cabeça...rs. Mandei uma mensagem para seis superiores, uma mistura de desabafo, denúncia e translouquice. Eu escrevi a mensagem, não reli (se o tivesse feito perderia a coragem e amenizaria as palavras) e apertei o "enviar". Depois...deu um frio..mas já tinha feito a merda. Recebi telefonemas, email...foi algo emocionante...rs. No final...deu tudo certo...pensei que eu seria punido. Acho que apenas fiquei com fama de maluco...para alguns. E de "cuidado" para outros. E agora estou de férias, preparando para um curso...vida de aluno...precisava disso.
     Filho do coração está ótimo, ambientado e nós também. Professora disse: eu não disse para a mãe..mas ele fala tempo todo do pai...

4 comentários:

  1. Esse furacão profissional que enfrentou e lendo aqui o relato, acho que fica além de toda a experiência com a situação. A certeza que não devemos agir por impulso, ou pelo menos tentar reduzir ao mínimo.

    Quando tenho que mandar um email, sempre dou uma volta, esfrio a cabeça, porque depois sei que muitas palavras e frase podem ser cortadas.

    Na hora do embate frente a frente a gente diz coisas que se arrepende depois. Quando posso deixo para discutir depois que a cabeça esfria.

    Mas claro que somos humanos e nem sempre tudo isso é possível e a primeira reação impensada é a que vai.

    Bem... Agora que tá de férias, curta, divirta-se, tente esquecer tudo isso.

    Beijocas

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  2. bom ter noticias suas, tava sentindo falta. Que bom que, apesar de ter agido um pouco sem pensar, as coisas que voce estava fazendo deram certo e os boatos desfeitos. Mais ainda saber que voces estão bem :)
    beijos
    Di

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  3. É amigo ser policia não é fácil não risos.
    É muito bom te-lo de volta.
    Beijos

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  4. É isso aí, meu amigo.
    A vida tem dessas coisas, a gente nunca se dá bem de promeira; mas é possível aprender com os erros.
    Coragem, a vida é boa e vale ser vivida ainda que sofrida.

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