quarta-feira, 10 de novembro de 2010

EU QUERO ...

Tive a experiência de conhecer no passado, quase ao mesmo tempo, famílias com filhos adotados, e não eram casais impossibilitados de gerar filhos. O ambiente era favorável, atrativo, mas do achar “lindo” para integrar este time, foi um processo repleto de incertezas.
Eu o único usando a razão (dominando o coração) e isso já faz a diferença. Mais jovem, talvez até os 30 anos, a balança pesaria para o coração sem vacilar. E aos 17, a razão nem faria parte do processo decisório, haveria apenas a fé e os ideais.
Dentro de casa, fui a última resistência ... e resisti com certa convicção...depois da várias negativas...depois de por um tempo sairmos da fila sem explicações e esposa passar o dia arrasada ao tomar conhecimento, enquanto eu solidariamente a consolava totalmente aliviado por dentro...agora...tenho um filho do coração.
Cheguei também a dar uma negativa no caso dele por email, mas a incerteza me rodeou desta vez a favor. E no dia seguinte, após ligar e tirar dúvidas sobre uma seqüelas de um nascimento prematuro e de uma hidrocefalia de gestação (que estabilizou após o parto quando foi realizada drenagem)...após escutar o que meu filho havia superado nascendo em uma família viciada em drogas, sendo recolhido quase aos dois anos se arrastando e sem falar, sem qualquer tratamento, meus receios se tornaram um projeto: dar as condições de que ele pudesse  voar mais alto, dar prosseguimento à evolução que já alcançou, pois o recebi falando, cantando, sorrindo e caminhando com algum desequilíbrio. Imaginei transformando ele em um atleta, enquanto conversava com o médico, um nadador, um corredor, uma mente brilhante, um homem com honra...o pai foi nascendo durante a ligação. Uma luta interna com o comodismo, com o conforto, com o pouco tempo livre para minhas satisfações pessoais, com os compromissos de estudos ... algo superior a tudo isso tomou conta da minha razão.
Estamos tendo uma semana cheia de ensinamentos. Na necessidade de arranjar tempo para ficar sentado ao lado da cama segurando sua mãozinha enquanto dormia, depois senti que estava deixando de fazer o mesmo pela filha de 14 anos...e fui sentar no sofá e deitá-la no colo e acariciar seu cabelo..e conversarmos antes dela deitar.
Ela, a filha, aproveitei seus momentos de ciúmes...hoje no caminho escola-casa...para ser pai. Ela contou sobre a forma estranha como uma amiga estava se comportando por ciúmes de outra nova amizade que minha filha fazendo. Eu disse é normal, você deve relevar, ela é bem mais nova que você, vai amadurecer. A filha fez comentário jocoso sobre a infantilidade da amiga. Eu confirmei...é verdade...é como se você estivesse com ciúmes de seu irmãzinho....filha sorriu entendo a armadilha...depois completei...só conseguimos entender os outros quando conseguimos entender a nós mesmos.
Meu plano agora, é montar minha coleção de carrinhos de metais que sempre quis ter, que não fez falta, mas agora .....  eu quero...aliás o que ele mais fala... eu quero. Ele repetiu isso toda vez que alguém perguntava sobre sair da instituição onde estava e sair conosco...”Eu quero”.

6 comentários:

  1. O que lhe posso dizer? Você tem coragem. Tem espírito gigante. Tem uma fé inabalável. Tem grandeza.
    Seu gesto foi nobre. Mas, mais que isso. Foi inquestionavelmente sublime. E acredito que seu filho lhe trará surpresas e descobertas MARAVILHOSAS. Porque assim é a vida.
    A vida acontece pra quem faz a vida acontecer.

    Ou, por outra, como diria Vinicius de Moraes: "A vida só se dá pra quem se deu"

    Desejo tudo, TUDO de melhor pra vocês.
    Que seu filho seja um recomeço. Um novo olhar. Uma nova era. Uma nova e contínua e duradoura vitória pra você e pra sua família

    Beijos

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  2. Eu já te disse que se tivesse que ter um filho, seria adotado, super a favor desse gesto!

    Parabéns e boa sorte!
    Beijocas

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  3. Já tinha lido em casa, mas somente hoje na tranquilidade momentânea do trabalho consegui fazer este comentário. Está sendo melhor do que eu imaginava.

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  4. Você convive com alguma mulher bipolar?
    Como vc se sente?
    Sou bipolar e meu ex me abandonou por não conseguir viver na montanha russa da minha doença, no mesmo dia em que tive o diagnostico ele arrumou as coisas dele e voltou pra casa da mãe, isso me fez pensar que talvez não existam homens que consigam conviver com uma mulher bipolar.
    Gostaria de saber como é viver com um bipolar.
    Abraços

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  5. Casado a 17 anos...como é sobreviver uma bipolar? rsrsrsrs....um dia BI...outro dia ou momentos depois POLAR...uma dia feliz...ou dia uma merda...é uma vida emocionante...rs...exige abrir mão de si muitas vezes...enxergar que eu preciso ser melhor ... cada vez melhor...as vezes e são muitas...me falta fé...penso em desistir...e algo maior do que eu me impede...paciência...e muito bom humor...conhecer a doença....viver a doença...reabastecer a alma nos dias bons e preparar o lombo para os dias maus...acho...só DEUS.

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  6. Nossa vc tá de parabens e deve ser por que ama muito ela,ela com certeza precisa muito de vc.Felicidades q DEUS te proteja e a ela tbm.bjus

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