quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Casado com bipolar: introdução

Prometi escrever sobre minha experiência de casado com bipolar, tem até marido esperando. Esperar ter tempo, este sempre será escasso. Então começarei vagarosamente e quando puder acelero. Dentro da minha profissão, as decisões perfeitas as vezes são paralizantes e isto pode custar vidas, então melhor decisões rápidas, flexíveis, adaptadas, as vezes incompletas, mas OPORTUNAS. Nesta introdução, começo dizendo que são cerca de vinte anos de convívio, alguns foram longos períodos dentro da trincheira escondido, atordoado por explosões seguidas por todos os lados. Mas há a fé, de um "comandante" tomando conta de tudo, uma companheira de trincheira que aparecia do nada, assim como sumia (quando ela fora era quando a artilharia inimiga bombardeava, eu desconfio que essa companheira de trincheira é quem dava os tiros) e que o comandante sempre mandava um capelão, ou padioleiro, ou outro mensageiro, na minha trincheira levar comida ou consolo na hora certa. Quando a companheira está dentro da trincheira, ela luta bravamente, é um agente duplo, é boa dos dois lados, pra lutar junto e para mirar o canhão. Mas como já li, tudo passa, o que está muito ruim passa, e o que está muito bom também passa. Hoje posso dizer que a guerra é insurgente, uma guerrilha, em que os ataques são eventuais e muitas vezes me pega despreparado, de surpresa. O psicológico deve estar sempre em alerta, pois alguns passos errados, e o terreno conquistado pode ser perdido e não estou, acho eu, com forças para trincheira novamente. Mas sempre a fé surpreende. E sempre é bom uma pá do lado, serve para cavar trincheira ou quem sabe ... rs

2 comentários:

  1. Imagino que as surpresas é que sejam a parte pior. Ser pego de surpresa, sem estar esperando aquele comportamento ou atitude. É muito difícil, e imagino que em determinados momentos você dever ter tido uma paciência absurda. Isso é admirável, meu caro. Acredito que a imensa maioria já teria desistido de tudo.

    Beijos

    Carla

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