Esta semana me perguntaram se estou sentindo muito a mudança depois de
tanto tempo no Exército, desde os 14 anos. Eu fiquei sem saber o que
responder, não estou tendo tempo livre para pensar.
O pior da transição foi a saída, mas iniciado o novo trabalho, me sinto ambientado. É verdade que eu tinha ferramentas disciplinares para respaudar minha autoridade, mas não podia despedir com tanta facilidade como vejo na iniciativa privada. É improdutivo ficar despedindo a todo instante, assim também quando se aplica punições disciplinares intensamente. Ou seja, o desafio é o mesmo, conseguir tirar o melhor das pessoas e da equipe de trabalho. As pessoas pensam que o ambiente de quartel é repressor, quando na verdade há uma segurança legal e um forte ambiente de camaradagem, em que os espaços e limites estão muito bem definidos. Não há nada mais repressor, do que te tenho visto no ramo em que estou no momento, de transportes. E as pessoas se submetem à condições que em 30 anos no Exército, lá eu chamaria de indigna.
Então quem lê pode pensar que estou insatisfeito. Comparando com outras empresas do estado, acho que estou na mais séria, em que não há atrasos nos pagamentos e nas indenizações quando há danos à cargas. Sinto-me responsável em fazer o melhor para a empresa, e nisto inclui o melhor para as pessoas, no ambiente de trabalho, nas condições e em mudança de mentalidade que devem acontecer no topo. Não sei quanto tempo estarei cumprindo esta missão aqui, apenas desejo olhar para trás e sentir que fiz mais do que uma boa gestão.